O deputado Rogério Marinho (RN) contestou as declarações da presidente eleita, Dilma Rousseff, de que a educação está bem encaminhada e há muitos recursos para o setor. Em pronunciamento no plenário da Câmara, o tucano destacou que apesar de haver 98% de matrículas entre estudantes de 7 e 14 anos, o país tem um contingente de mais de 3 milhões de crianças e jovens fora da escola. O parlamentar também cobrou uma reforma no ensino público, pois 70% da atual mão de obra nacional não têm a qualificação adequada para garantir o crescimento econômico sustentável a médio e longo prazos.
"É vital para a economia brasileira reverter a desindustrialização que hoje sofre em função do apagão de mão de obra especializada. Para revertemos essa situação e eliminarmos esse importante gargalo que impede o nosso crescimento, é urgente e necessária uma profunda reforma em nossa educação básica, que evidentemente não está preparada para atender aos atuais desafios", avaliou.
Rogério Marinho defende, no caso do ensino médio, que se flexibilize e diversifique a oferta de formação de jovens, assim como já o fizeram inúmeras nações de sucesso comprovado com educação. O deputado anunciou a apresentação de um projeto de lei instituindo incentivos aos estados para que possam viabilizar novas formas de ensino nessa etapa tão importante para a vida social e profissional da juventude nacional.
Para demonstrar que a presidente eleita está equivocada, o tucano citou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Segundo o levantamento, a taxa de analfabetismo das pessoas com 15 anos de idade ou mais , em 2009, foi de 9,7%. Ou seja, mais de 14 milhões de brasileiros e brasileiras são analfabetos. Ainda segundo a PNAD, a média de anos de estudo das pessoas com 25 anos ou mais é de apenas sete — menos do que o suficiente para completar os nove anos de ensino fundamental. "São mazelas persistentes e que envergonham todos nós", disse.
Na avaliação do deputado, mais grave ainda é a existência de problemas crônicos nos sistemas de ensino, tais como a reprovação e o abandono escolar. Em 2008, a repetência e o abandono afetaram mais de 16% dos estudantes do ensino fundamental, ou seja, mais de 5 milhões de alunos. No ensino médio, os dois problemas afetaram 25% dos estudantes, o equivalente a mais de 2 milhões de alunos. “O alto número de repetentes é apenas reflexo do ensino de má qualidade ofertado no Brasil”, lamentou.
Marinho classificou como “vergonha para os brasileiros” a qualidade e os índices de reprovação dos alunos matriculados na educação pública do Brasil em comparação com qualquer país da América Latina ou do mundo. “É necessário priorizar a educação, e não afirmar que ela está bem encaminhada”, criticou.
Segundo o tucano, os inúmeros problemas encontrados na educação ocorrem pelo pouco investimento na área, pelo grande desperdício de recursos e pela falta de qualidade nas condições de trabalho do professor. O parlamentar disse que muitas vezes são encontradas dificuldades também na falta de professores, de infraestrutura com condições adequadas e de material pedagógico, além de falhas de gestão e greves.
“Está na hora de estabelecermos metas, cronogramas e objetivos a serem atingidos na escola pública. Precisamos refundá-la no país, tratar de maneira mais adequada os professores, mas exigindo deles e das escolas resultados que melhorem a performance da educação no Brasil”, concluiu.
Números preocupantes
70%
da atual mão de obra nacional não têm a qualificação adequada para garantir o crescimento econômico sustentável a médio e longo prazos, segundo o alerta do deputado Rogério Marinho.
R$ 14 bilhões
Foi o prejuízo provocado pelo índice de repetência de 25% no ensino médio apenas em 2008. Levando-se em conta que 2 milhões de estudantes não passaram de ano, o custo per capita aluno/ano atinge R$ 2,5 mil, valor considerado "proibitivo" pelo deputado.
14 milhões
de brasileiros e brasileiras são analfabetos, segundo dados da PNAD relativos a 2009. Com isso, a taxa de analfabetismo das pessoas com 15 anos de idade ou mais, no ano passado, foi de 9,7%.
3 milhões
de crianças e jovens estão fora da escola em todo o país.
(Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Eduardo Lacerda)
Ouça aqui o boletim de rádio
Números preocupantes
70%
da atual mão de obra nacional não têm a qualificação adequada para garantir o crescimento econômico sustentável a médio e longo prazos, segundo o alerta do deputado Rogério Marinho.
R$ 14 bilhões
Foi o prejuízo provocado pelo índice de repetência de 25% no ensino médio apenas em 2008. Levando-se em conta que 2 milhões de estudantes não passaram de ano, o custo per capita aluno/ano atinge R$ 2,5 mil, valor considerado "proibitivo" pelo deputado.
14 milhões
de brasileiros e brasileiras são analfabetos, segundo dados da PNAD relativos a 2009. Com isso, a taxa de analfabetismo das pessoas com 15 anos de idade ou mais, no ano passado, foi de 9,7%.
3 milhões
de crianças e jovens estão fora da escola em todo o país.
(Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Eduardo Lacerda)
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Um comentário:
"Olhando o mapa do Brasil, vemos que a Oposição venceu em onze estados brasileiros. Tem o maior PIB e praticamente a metade do eleitorado em suas mãos. No país que Lula dividiu, a Oposição conquistou um importante e significativo espaço territorial, populacional, social, enfim. Quer ver uma idéia simples de como a Oposição poderia fazer Oposição? Criem, nestes onze estados, pelo menos um programa comum de geração de renda, de empregabilidade, de educação, de saúde, de habitação, de segurança. Unam estes onze estados em uma verdadeira federação. Dêem a estes programas um mesmo nome, uma mesma marca. Comprem em bloco, para baratear as obras. Montem uma estrutura central de planejamento, usando as melhores cabeças pensantes. Ajam como se fossem um país, não como estados isolados. Se fizer isto, ao final de quatro anos, a Oposição terá um milhão de casas, mil policlínicas, duzentas escolas técnicas , uma obra completa para mostrar. Esta é a única forma de enfrentar a máquina federal. É difícil fazer isso? Não. É só uma questão de inteligência e estratégia. Senhores governadores de Oposição, este é o governo paralelo que pode ser montado. Um governo do Bem. É uma idéia boba e absurda? Não, não é. A não ser que os egos e as lutas pelo poder levem todos, novamente, à derrota. É só uma questão de escolha. Não do nome do próximo presidente, mas do que ele terá para dizer ao Brasil que seja maior do que a Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida e o PAC".
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