28 de out. de 2009

Mistério no ar

Deputado cobra mais informações sobre causas do acidente da Air France

O deputado Vanderlei Macris (SP) lamentou nesta quarta-feira (28) a falta de informações sobre as causas do acidente com o Airbus da Air France, ocorrido em 31 de maio. O avião, que ia do Rio de Janeiro para Paris, caiu no mar com 228 pessoas a bordo, sendo 58 brasileiros. Apenas 50 corpos foram encontrados.

Caixas-pretas não foram encontradas - “Precisamos saber as ações que estão sendo tomadas. Existe prazo de um ano para viabilizar um decisão sobre o caso, mas ainda há dificuldades para identificarmos o que aconteceu”, frisou o parlamentar. Macris participou de audiência pública na Comissão de Viação e Transportes para discutir as causas da tragédia ocorrida em 31 de maio.

Conforme lembrou o tucano, hoje os dados das caixas-pretas só podem ser conhecidos quando ocorre o resgate, o que nem sempre é possível. Para mudar essa realidade, Macris apontou a possibilidade de transmissão de dados de maneira permanente, tornando obrigatória a necessidade de envio de dados on line para as empresas. “Considero lamentável a grande dificuldade em localizar essas caixas-pretas do vôo da Air France”, apontou.

O representante da Agência de Investigações e Análises Francesa, Paul-Louis Arslanian, disse que as buscas pelas caixas-pretas devem ser retomadas no ano que vem. Segundo ele, ainda este ano será publicado um novo relatório sobre o acidente. Yannick Malinge, representante da francesa Airbus, fabricante da aeronave, disse que por causa da medição divergente de velocidade a empresa recomendou a substituição das sondas dos aviões de sua frota. E de acordo com o vice-presidente da Air France, Bertrand Lebel, após o acidente a empresa também adotou como procedimento obrigatório a comunicação em tempo real das mensagens de manutenção.

Já a diretora-geral da empresa no Brasil, Isabelle Birem, disse que a companhia ofereceu uma antecipação de R$ 45,4 mil a todos os familiares de vítimas, mas está apoiando a iniciativa do Ministério da Justiça de criar um programa de indenização para o acidente. Segundo ela, o processo judicial comum poderia levar em torno de 13 anos. (Reportagem: Letícia Bogéa)

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