11 de jan. de 2010

ARTIGO

Energia limpa*

Deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP)




A grande questão com que o mundo está às voltas, neste momento, é a de reestruturar sua matriz energética, nela substituindo a maior fração possível de combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral e seus derivados) pelas chamadas energias limpas e renováveis. É tarefa de difícil execução. Há pouco, terminou, em Copenhague, na Dinamarca, a 15ª Conferência da ONU Sobre Mudanças Climáticas.

Os pífios resultados obtidos evidenciam a dificuldade de, sem avanços dramáticos na formatação de uma nova matriz energética, conciliar os atuais padrões de consumo da humanidade com a preservação de biomas que, para subsistir, reclamam condições específicas de clima, que está hoje em um acelerado processo de modificação.

Os resultados obtidos pelo Brasil nesse domínio são vigorosos, mas não caracterizam uma alternativa para a humanidade. A transformação de vastas extensões do nosso território em canaviais permitiu que parte considerável da nossa frota de automóveis utilize como combustível o etanol.

Em paralelo, gerou ou agravou problemas sérios, para os quais ainda não temos resposta. Estão, nesse caso, episódios de mão de obra escrava, a queima de quantidades gigantescas de palha de cana e as recorrentes tentativas e se estender o cultivo da cana à Floresta Amazônica ou ao Pantanal.

Avançamos na produção do biodiesel, mas o diesel que aqui produzimos é um dos mais agressivos à vida humana e ao ambiente. Também precisamos encontrar meios e modos concretos de proteger nossos biomas ameaçados, que incluem, além da Amazônia e do Pantanal, o Cerrado.

Em paralelo e sem prejuízo das pesquisas em busca de alternativas, precisamos definir estratégias e empreender um sério esforço científico e tecnológico voltado para o domínio do ciclo do hidrogênio.

A energia obtida daquele gás, que compõe a atmosfera, é, pelos parâmetros científicos atuais, a única que pode saciar a fome de energia da civilização sem comprometer os padrões climáticos ou afetar os biomas em cujo contexto a civilização sobrevive.

*Artigo publicado no jornal Diário Catarinense em 07/01/2009

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