11 de jan. de 2010

Gastos crescem

Fruet critica aumento de 52% nas despesas com cartões corporativos

O deputado Gustavo Fruet (PR) lamentou, nessa segunda-feira (11), um novo crescimento dos gastos do Governo Federal com cartões corporativos. Dois anos depois de estourar o escândalo incluindo gastos estratosféricos feitos pelo alto escalão do Executivo com a ferramenta, o jornal “O Globo” mostra hoje que as despesas sigilosas com os cartões entre 2008 e 2009 cresceram 53%.

Sem justificativas - Os gastos secretos da própria Presidência da República, e de órgãos de segurança como a Polícia Federal (PF) e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pularam de R$ 17,8 milhões para R$ 27, 1 milhões entre os dois últimos anos. Se forem analisados os números globais, as despesas com o dinheiro de plástico consumiram R$ 64,5 milhões em 2009, contra R$ 55,2 milhões no ano anterior.

“Trata-se de um retrocesso. Os gastos seguem subindo mesmo depois de todas as denúncias que ocorreram. Ministros foram demitidos e foi aberta uma CPI para investigar o assunto. Nos parece que o governo esperou passar o turbilhão e volta à mesma prática. E, novamente, volta a se confundir questões sigilosas de governo com despesas, sendo que essas últimas precisam ter a transparência normal”, apontou Fruet.

A PF, por exemplo, vem multiplicando as suas cifras ao longo dos anos. Em 2003, primeiro ano do governo do PT, a despesa com os cartões corporativos foi de R$ 258 mil. Em 2008, as despesas já eram de R$ 6,32 milhões e no ano passado atingiu o patamar recorde R$ 13, 56 milhões. A justificativa oficial do órgão é a abertura de postos de adidos nas embaixadas brasileiras e também o aumento das operações realizadas. Para Fruet, o salto exagerado não se justifica.

“Os gastos voltaram com muito mais força. Apesar de tudo com o que o governo se comprometeu na época da CPI, as despesas não param de crescer. Não vejo justificativa, para a PF aumentar em 114% seus gastos entre 2008 e 2009”, acrescentou o tucano.


O escândalo do cartão corporativo derrubou a então ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Matilde Ribeiro. Ao longo de 2007, ela gastou R$ 171,5 mil com a ferramenta e não se furtou em utilizar o dinheiro em restaurantes de luxo e em um free-shop. Já o ministro Orlando Silva (Esporte), admitiu ter usado o cartão para comprar uma tapioca em Brasília.

A oposição, então, tomou a iniciativa de pedir uma CPMI, que teve como presidente a senadora Marisa Serrano (MS). As investigações, no entanto, não avançaram devido a uma maioria governista na comissão que impediu o avanço dos trabalhos. (Reportagem: Rafael Secunho/ Fotos: Du Lacerda)

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