Atraso em repasse federal deixa prefeituras em situação crítica
Atraso no pagamento de fornecedores e funcionários das prefeituras e sérios prejuízos administrativos para as administrações, como corte de pessoal e dificuldades para realizar investimentos, são algumas das consequências dos atrasos. Para o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, a situação é lamentável. O dirigente destaca que o AFM pago pelo governo tem o intuito de igualar o Fundo de Participação dos Municípios de 2009 ao que foi repassado em 2008, uma conquista obtida pelos prefeitos após muita mobilização e pressão em Brasília. Porém, com o atraso da última parcela, essa equiparação ainda não aconteceu.
Os sucessivos adiamentos do pagamento da última parcela do Apoio Financeiro aos Municípios (AFM) vêm prejudicando duramente os prefeitos. São R$ 521 milhões que deveriam ter sido pagos em outubro do ano passado para compensar a queda nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) em 2009. Sem dinheiro suficiente em caixa, centenas de prefeituras enfrentam dificuldades para saldar compromissos e pagar salários, pois contavam com esses recursos retidos pelo Planalto.
Sacrifícios - “O governo erra mais uma vez, prejudicando os municípios. Esse atraso é reflexo das dificuldades de caixa que o próprio governo enfrenta, fruto da queda de receitas e do aumento de gastos”, apontou o deputado Rafael Guerra (MG). Segundo o tucano, a má gestão federal também provocou o problema. “A falta de planejamento faz com que promessas do governo não sejam cumpridas. A consequência disso é que muitas prefeituras estão precisando fazer enormes sacrifícios”, apontou nesta segunda-feira (25).Atraso no pagamento de fornecedores e funcionários das prefeituras e sérios prejuízos administrativos para as administrações, como corte de pessoal e dificuldades para realizar investimentos, são algumas das consequências dos atrasos. Para o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, a situação é lamentável. O dirigente destaca que o AFM pago pelo governo tem o intuito de igualar o Fundo de Participação dos Municípios de 2009 ao que foi repassado em 2008, uma conquista obtida pelos prefeitos após muita mobilização e pressão em Brasília. Porém, com o atraso da última parcela, essa equiparação ainda não aconteceu.
Nos municípios, os prefeitos esperam que o sexto anúncio feito pelo governo federal de pagamento do AFM seja colocado em prática. De acordo com o Planalto, ainda nesta semana o depósito deve ser feito nas contas das prefeituras. Independentemente disso, prefeitos e parlamentares devem se mobilizar para que o AFM seja estendido para complementar o FPM em 2010.
Em Cambuí (MG), a 421 km de Belo Horizonte, os impactos do atraso já são claros. De acordo com o prefeito Benedito Antonio Guimenti (PSDB), as contas do município estão em situação preocupante. “Esperamos que o governo federal compreenda as dificuldades que temos enfrentado e libere essa última parcela. Além disso, em 2010 as projeções são de receitas ainda menores, e o Planalto precisa se atentar a isso e equiparar o FPM deste ano com o de 2008. Caso contrário, nossa situação, que é desesperadora, pode se agravar ainda mais”, alertou.
Segundo o presidente da Associação Mineira de Municípios e prefeito de Conselheiro Lafaiete, José Milton Rocha (PSDB), a situação é a mesma em várias localidades. O tucano avisa que o problema deve persistir mesmo quando for repassada a última parcela do AFM. "Na maioria dos municípios as despesas não congelaram em 2009 e já começaram 2010 crescendo. É o caso do salário mínimo, que teve aumento de 12% em 2009 e neste ano de mais 9,7%. O governo federal cria despesas sem saber se os municípios têm condição de arcar com elas”, criticou. (Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Du Lacerda)
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