19 de jan. de 2010

Pura fantasia

Lançamento do PAC-2 não passa de ação eleitoreira, alertam tucanos

Lideranças do PSDB classificaram de mera ação eleitoreira a pretensão do governo de lançar em março um novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), já que nem as obras do PAC-1 saem do papel.

Cara de pau petista - Segundo o último balanço oficial, até agosto pouco mais de 50% dos investimentos previstos para o período de 2007 a 2010 foram executados. No ano passado, dos R$ 26,4 bilhões autorizados do Orçamento da União, o governo Lula aplicou apenas R$ 8,8 bilhões até o último dia 3 de janeiro, o equivalente a 33,3% do total.

A lentidão do PAC-1 é generalizada. Nos setores de logística, energia e social e urbano, a taxa de conclusão das obras foi de 22% em relação ao programado para os quatro anos. No total, incluindo as operações de financiamento habitacional, o percentual de ações concluídas atingiu apenas 32,9%.

De acordo com o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), o correto seria fazer uma prestação de contas sobre o que foi feito com o PAC-1. “Esse novo programa é mera peça de retórica e de ação eleitoreira. Se o primeiro PAC executou apenas um terço e eles já estão pretendendo lançar o PAC-2 é porque acham que os brasileiros não têm memória e se encantarão com um novo programa construído sobre uma iniciativa fracassada”, ressaltou.

Na
primeira reunião ministerial deste ano, marcada para a próxima quinta-feira, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, vai expor as ações do PAC-2. Apesar de não haver qualquer garantia orçamentária, o Planalto estima investimentos de cerca de R$ 502 bilhões neste novo programa para o período de 2011-2015.

Para o deputado João Almeida (BA), que assumirá a liderança tucana em fevereiro, o governo está querendo lançar uma fantasia em torno do PAC-2 que, segundo ele, somente seria eventualmente executado em um próximo governo. “É muita cara de pau e um absurdo essa pretensão do Planalto. Trata-se de mais uma fantasia eleitoreira como foi o PAC-1 e o pré-sal”, criticou.

Assim como Aníbal, o líder eleito questionou a intenção da gestão petista de lançar esse novo programa se o primeiro está literalmente empacado. "Além disso, com um novo PAC o que foi proposto até agora perde a prioridade?”, questionou. “Isso não tem sentido. É preciso executar o que existe antes de colocar um novo. A postura do Planalto não representa uma boa forma de planejamento e representa apenas uma ação que busca dividendos eleitorais”, reiterou João Almeida. (Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Du Lacerda)

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