22 de jan. de 2010

SUS defasado

Tucanos alertam para dificuldade de acesso ao tratamento do câncer

Deputados do PSDB chamaram a atenção para a situação de penúria em que se encontra o tratamento de câncer em todo o país. Terceira principal causa de mortes no Brasil, a doença é uma realidade cada vez mais complicada para quem depende do Sistema Único de Saúde (SUS). O serviço oferecido pelos hospitais públicos exclui pacientes que precisam de radioterapia, os remédios da nova geração não estão disponíveis na rede pública e as filas para o tratamento, via de regra, são muito extensas.

Ministério empurra com a barriga - “Enquanto não se resolver a questão do financiamento para a Saúde, com a regulamentação da Emenda 29 pelo Congresso, vamos conviver com isso. Hoje é o câncer e amanhã, por exemplo, serão as cirurgias eletivas que não estão acontecendo mais", apontou o deputado Eduardo Barbosa (MG).

Médico, o tucano lembra que quem pode pagar um plano de saúde ou um hospital privado é salvo, enquanto o restante fica nessa situação delicada
. Essa emenda citada por Barbosa estabelece regras para o financiamento da Saúde pela União, estados e municípios. O texto está parado na Câmara à espera de votação em plenário.

As estimativas oficiais são de que cerca de 500 mil novos casos de câncer serão registrados neste ano, com 160 mil mortes causadas pela doença. Mesmo diante dessa demanda de tratamento, os especialistas alertam para a falência do sistema público na área de oncologia. Para o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), José Segalla, o Ministério da Saúde “empurra o problema com a barriga”.

Para o deputado Raimundo Gomes de Matos (CE), o descaso do Planalto com o setor é notório, e o Ministério da Saúde também erra ao não investir em uma política eficaz de prevenção. Segundo o parlamentar, que também é médico, tratar o paciente em fase terminal é bem mais complexo e caro para o governo, além de aumentar sensivelmente o risco de morte.

“Não vemos uma politica eficaz preventiva. É preciso dar a oportunidade à população, em tempo hábil, de fazer os exames de rotina como a mamografia, nas mulheres, e o de próstata nos homens. Ou seja, necessitamos de uma verdadeira mobilização para garantir o diagnóstico precoce. O atual sistema é totalmente ineficaz e somente trata o paciente quando a doença está em fase avançada”, apontou.

Por enquanto o quadro é preocupante. Os aparelhos de radioterapia em hospitais públicos minguam em alguns estados. No Amapá não existe nenhum. Estados como Rondônia, Acre e Tocantins possuem apenas um cada, o que obriga doentes do interior migrarem para outros centros em busca de tratamento. A ausência de medicamentos é outro drama, visto que a última atualização na listagem de remédios pelo ministério ocorreu em 2001. Alguns como o Mabthera, que reduz em 20% o risco de morte, simplesmente não existem no SUS. (Reportagem: Rafael Secunho/ Fotos: Du Lacerda e Ag. Câmara)

Um comentário:

Anônimo disse...

PARABENS PELA MATERIA, A SITUAÇAO E COMO SE FOSSE UM haiti do brasil. SO QUE NENHUMA AUTORIDADE AJUDA!

ENG FELICIO CASTELLANI
f-castellani@uol.com.br
sao paulo

ESTOU as suas ordens para qualquer movimento no sentido de cobrar desse governo uma postura NACIONAL, HUMANA contra essa situaçao