29 de mar. de 2010

Mistificação

Líderes: lançamento de PAC 2 é campanha eleitoral

O líder do PSDB na Câmara, deputado João Almeida (BA), criticou o lançamento da segunda edição do Programa de Aceleração do Crescimento que aconteceu nesta segunda-feira (29) e afirmou que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, deveria pedir desculpas a população pelo fracasso do primeiro programa. Para Almeida, a solenidade de lançamento do PAC 2 representa ato completo de campanha eleitoral e o lançamento antecipado da candidatura de Dilma.

DESCULPAS PELA EXECUÇÃO PÍFIA

Durante o evento, a ministra discursou com voz embargada, criticou os governos anteriores e afirmou que o PAC será uma “herança bendita” que o governo Lula deixará para seu sucessor. Para Almeida, esse foi um ato eleitoreiro, com direito a choro e emoção. “O PAC é uma fantasia eleitoral, nada mais que isso. Esse evento foi um ato de campanha com pompa e circunstância”, criticou.

O líder tucano lembrou que a execução do PAC-1 é baixa. Em 2009 por exemplo, dos recursos autorizados, apenas 41,9% foram efetivamente pagos. Segundo o próprio Comitê Gestor do programa, as ações concluídas corresponderam a 40,3% do total previsto, no valor de R$ 256,9 bilhões. Com o PAC 2, o governo promete um investimento total de R$ 1,59 trilhão.
“Lançam mais essa fantasia, quando deveriam estar pedindo desculpas pelo não cumprimento daquilo que criou há três anos atrás”, afirmou. “Diferente do que fazem hoje, o governo do PSDB teve metas e as cumpriu. Já nesse governo, a gestão de Dilma a frente desse programa, que inclusive é o carro chefe de sua campanha, é um fracasso total”, comparou.

O líder da Minoria na Câmara, deputado Gustavo Fruet (PR) também afirmou que o governo mistifica o programa apenas para associá-lo com a candidatura da ministra. “Não se trata de coincidência lançarem esse projeto poucos dias antes de Dilma deixar o governo para se tornar candidata oficial à presidência. Trata-se do óbvio: querem associar algo que para a população parece positivo à imagem da ministra em mais um ato de campanha antecipada”, apontou.

O deputado afirmou que o excesso de publicidade tem sufocado as críticas, que partem não só da oposição, mas também de especialistas. Para ele, a propaganda gera na população a sensação de que realmente as obras são executadas e os recursos aplicados. “Enquanto isso, a execução real continua a passos lentos”, lamentou. (Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Eduardo Lacerda)

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