28 de abr. de 2010

Alto risco

Belo Monte: tucanos querem explicações do governo sobre danos ambientais

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável aprovou, nesta quarta-feira (28), requerimento do deputado Ricardo Tripoli (SP) pedindo informações ao Ministério do Meio Ambiente sobre o licenciamento ambiental da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA). Na mesma reunião, o deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP) apresentou requerimento convidando o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tomalsquim, para que ele esclareça os riscos dos danos ambientais com a construção da usina e a solidez do grupo que vai conduzir a obra.

No pedido, Tripoli questiona a quantidade de reserva indígena que será ocupada e quais etnias serão impactadas diretamente com a destinação da área para a hidrelétrica. Na avaliação do deputado, é inadmissível construir Belo Monte "de qualquer jeito, nem que seja pela força", conforme declarou o presidente Lula nas últimas semanas.

Já Mendes Thame mostrou preocupação com o fato de que a obra poderá provocar uma interrupção no Xingu de 100 quilômetros de extensão, com significativa redução na vazão do rio. O tucano ressaltou ainda que a realização da licitação da obra foi marcada por inúmeras controvérsias.

“Com todas estas questões em aberto e diante da insistência governamental em realizar o projeto, inclusive com pesados subsídios fiscais e orçamentários, a audiência proposta é inteiramente justificada”, sustentou o parlamentar. Thame lembrou também que o consórcio vencedor do leilão, o Norte Energia, já está sofrendo dissensões internas e abandono de alguns participantes. (Da assessoria dos deputados/Fotos: Eduardo Lacerda)

A frase
“Os índios não merecem ser tratados dessa maneira. A construção da barragem de Belo Monte é um tremendo equívoco. Infelizmente estamos diante de um governo que, a cada dia, demonstra ser contrário à vida indígena que ainda resta no país."
Dep. Ricardo Tripoli (SP)

Custo bilionário
→ Belo Monte custará pelo menos R$ 19 bilhões, segundo o governo federal. Esses valores, no entanto, podem chegar a R$ 30 bilhões. O Planalto está oferecendo benefícios fiscais (desconto de 75% no pagamento do IR) aos compradores, além de empréstimo (80% da obra será financiada pelo BNDES).

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