14 de jun. de 2010

Fortalecimento do comércio exterior

Ausência de acordos comerciais enfraquece exportações brasileiras

Parlamentares do PSDB criticaram nesta segunda-feira (14) a falta de empenho do governo federal para firmar acordos comerciais e fortalecer as exportações brasileiras. De acordo com os tucanos, a diplomacia brasileira tem errado ao privilegiar as convicções ideológicas do governo e desprezar negociações que gerem resultados concretos para o país.

Para o deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP), o governo tem pautado suas ações diplomáticas pela simpatia ideológica e não pelo interesse nacional. Segundo ele, o Itamaraty tem escolhido parceiros com convicções próximas as do presidente Lula, que em sua maioria, são governos totalitários, de economia fraca e apenas consumidores de commodities.

“O Brasil está se tornando apenas um grande exportador de matéria prima, comprando produtos de altíssimo valor agregado e exportando produtos primários. Isso gera fortes prejuízos. É uma política ideológica que acaba levando o país ao insucesso no comércio internacional”, apontou.

Durante o governo Lula, apenas dois acordos comerciais foram concretizados. Um deles com Israel e o outro com a Índia. Ambos representam uma parcela mínima das exportações brasileiras: o mercado israelense representou 0,18% das exportações em 2009 e a Índia 2,2%. De acordo com levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), os acordos têm representado volumes insignificantes das exportações por que são firmados com nações que não atendem aos interesses dos empresários.

Os presidentes das Comissões de Relações Exteriores da Câmara e do Senado, deputado Emanuel Fernandes (SP) e senador Eduardo Azeredo (MG) têm a mesma convicção. Segundo eles, o governo brasileiro age na contramão da maioria das nações que têm procurado firmar inúmeros acordos bilaterais.


“É preciso ter mais pragmatismo. O Brasil optou por fazer algo multilateral, o que é importante para inserção do país no cenário mundial, mas que precisa ser aliado a uma política comercial bilateral. Há uma falha do governo brasileiro por não fechar esse tipo de acordo. São com eles que se consegue aumentar as relações de troca com outros países”, alertou Emanuel.




Para Azeredo, a política econômica brasileira tem se norteado apenas por aspectos ideológicos distantes da realidade. “O governo priorizou a questão política nas relações exteriores ao invés da questão econômica, o que gera prejuízo ao comércio exterior. Enquanto isso, outros países estão realizando acordos bilaterais como recentemente fez o Peru e a Colômbia com a União Européia”, concluiu.

→ Nos acordos bilaterais, os países envolvidos têm poder de decisão. Normalmente são vias de mão dupla, em que as decisões são tomadas beneficiando ambas as partes.

→ Ao todo, na última década, 10 novas frentes de negociação foram iniciadas para abrir mercados aos produtos brasileiros. Apenas os acordos com Índia e Israel entraram em vigor.


→ Enquanto o Itamaraty tenta negociar com países do Golfo, Turquia, Marrocos e Paquistão, o empresariado anseia por negociações com Estados Unidos, União Européia, América do Sul e México.


(Reportagem: Djan Moreno/Foto: Eduardo Lacerda)

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