15 de jul. de 2010

Atrasos nas obras

Má gestão do Planalto prejudicará Copa de 2014, dizem deputados

Obras em estádios, portos e aeroportos ainda não saíram do papel. As melhorias prometidas na infraestrutura também não estão em dia. É dessa forma que o governo federal prepara o país para sediar a Copa do Mundo, em 2014. Por esses motivos, o deputado Vanderlei Macris (SP) avalia que a situação é crítica e trará grandes consequências para a sociedade, como excesso de gastos e obras inacabadas.
Integrante das comissões de Viação e Transporte e de Fiscalização Financeira e Controle, o tucano afirmou que a falta de planejamento é a marca registrada da gestão do presidente da República. “O governo foi irresponsável. Depois de mais de um ano da decisão de sediar a Copa, o país ainda não se preparou em absolutamente em nada, do ponto de vista da infraestrutura, para receber uma das mais importantes competições do mundo”, afirmou.

Macris enfatizou o fato de que todas as obras do evento esportivo começaram depois do prazo previsto em estádios, aeroportos e portos. Os projetos de VLT, diz o deputado, e de urbanismo ainda só existem no papel. “Lamentavelmente, isso mostra de maneira clara e inequívoca que esse governo é incompetente e não tem planejamento de suas ações. Vai ficar tudo para última hora e muito mais caro para a sociedade brasileira”, criticou o tucano.
Ainda no mês de maio, o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, alertou que os trabalhos no Brasil estavam "impressionantemente atrasados". Sua avaliação era a de que o atraso chegava a dois anos. A situação dos aeroportos é a que mais merece atenção. Dois meses depois, a Fifa afirma que falta tudo para o país sediar o campeonato mundial de futebol.

Para o deputado Otávio Leite (RJ), integrante da Comissão de Turismo e Desporto, se as obras continuarem nesse ritmo, o país não terá condições de abrigar o evento esportivo. “Se não se apressarem, daqui a quatro anos, o país não estará preparado para sediar o evento. No fundo, esse governo não se revelou competente para tocar a administração da Copa” .

A Fifa deixou claro que, com o fim da Copa de 2010, passará a pressionar o Brasil para acelerar as obras do mundial. Ainda não há definição de onde ocorrerão os jogos de abertura e semifinais, como será a infra-estrutura, quais aeroportos serão usados e nem sobre garantias financeiras.

Papelão
Tradicionalmente, o presidente do próximo país sede é o convidado de honra para assistir o último jogo. Na final da Copa, o lugar de Lula ficou vazio na sala vip do estádio. Pela primeira vez, um chefe de estado recusou o convite da Fifa, que considerou o ato como menosprezo à entidade que levará o Mundial ao Brasil em 2014.
(Reportagem: Renata Guimarães / Foto: Eduardo Lacerda)

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