Transformar capitalização da Petrobras em festança política é inaceitável, critica Kaefer
O deputado Alfredo Kaefer (PR) reprovou a intenção do governo federal de anunciar oficialmente a capitalização da Petrobras durante as solenidades oficiais do feriado da Independência. Dessa maneira, a gestão do PT seguirá a linha já adotada pelo presidente Lula de atrelar fatos históricos ao anúncio de realizações da estatal. Se isso se confirmar, a festa política ocorrerá a menos de um mês das eleições.
Para o tucano, essa situação é inaceitável. “Infelizmente, a politicagem está acima de qualquer razão no entendimento do presidente Lula”, criticou o tucano nesta quarta-feira (25).
Segundo o jornal “O Estado de São Paulo”, antes de tentar faturar politicamente a capitalização, primeiro será preciso resolver divergências internas: a principal delas entre governo e Petrobras não é nem mais o valor do barril de petróleo que será usado na capitalização, mas o cálculo do tamanho das futuras reservas de óleo da União que entrarão no negócio.
Essas indefinições custaram caro à estatal, que perdeu 28% de seu valor de mercado em 2010. “Esse assunto deveria ser tratado tecnicamente e não como um fato político, usando um evento importante como o aniversário da independência do Brasil”, disse o deputado.
Na avaliação de Kaefer, as perdas no valor acionário da Petrobras também devem-se aos erros estratégicos nos projetos do pré-sal e ao anúncio equivocado da capitalização da estatal. “A nação perde como um todo porque o Estado é o maior acionista. Quando o valor das ações da empresa se deprecia todos nós brasileiros perdemos com isso”, afirmou.
De acordo com o parlamentar, a queda no valor da estatal deve ser omitida na eventual festança política. “O que será mencionado serão os louros que se colhe dessa capitalização, enaltecendo que o projeto do pré-sal foi direcionado para a Petrobras. Mas sabemos que o modelo anterior, da Lei do Petróleo de 1997, tinha muito mais sentido do que esse que está sendo implantado agora”, explicou.
O projeto de exploração da camada pré-sal enviado ao Congresso altera o modelo de concessão, adotado desde 1997 com a Lei do Petróleo, para o regime de partilha. Para Kaefer, a mudança reduz a possibilidade de geração de riqueza para o país.
Perdas históricas
→ Petrobras e Eletrobras foram as empresas que tiveram a maior perda nominal em valor de mercado em 2010 na América Latina, segundo levantamento da consultoria Economatica.
→ Ainda segundo a mesma consultoria, a Petrobras valia US$ 143,1 bilhões na segunda-feira (23), ou US$ 56,2 bilhões a menos do que no final de 2009 (queda de 28,2%).
→ Segundo mostrou a revista “The Economist”, até o início da crise atual as ações da Petrobras haviam se valorizado quatro vezes mais que a média das 13 maiores empresas mundiais do segmento que possuem capital aberto.
(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Eduardo Lacerda)
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25 de ago. de 2010
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