O senador Eduardo Azeredo (MG) criticou nesta quarta-feira (8) a diplomacia brasileira por abrir embaixadas em locais com pouca representatividade para o país. O parlamentar afirmou que essas ações do Ministério das Relações Exteriores são questionáveis, pois não existe motivo para se levar uma representação a destinos sem influência política ou econômica para as relações internacionais do Brasil.
“Não faz sentido abrir embaixadas brasileiras em países que não têm nenhuma relação maior conosco e poderiam, muito bem, serem atendidos por meio das chamadas embaixadas cumulativas”, afirmou, ao se referir às representações que abrangem mais de uma nação. Segundo o senador, a ideia de que quanto mais embaixadas um país tem, melhor é a sua diplomacia, pode ser classificada como "simplista e equivocada".
No ano passado, o governo instalou representações em países caribenhos como Dominica e São Cristóvão e Névis. A ilha de Dominica, por exemplo, tem apenas 73 mil habitantes. E o outro país formado por duas ilhas no leste do Mar do Caribe tem uma população estimada em 49 mil pessoas, perfil igual ao de cidades consideradas pequenas no Brasil. Em 2010, as últimas embaixadas instaladas pelo governo foram no Afeganistão, Estônia, Bielo-Rússia e Bósnia-Herzegovina.
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É o número de embaixadas, missões, consulados e escritórios criados nos últimos oito anos, de acordo com o Itamaraty. Só neste ano, já foram criadas 17 embaixadas. Países como Albânia, Mianmar, Nauru, Ilhas Fiji, Palau, Tuvalu, Samoa, Ilhas Salomão, Butão, Mônaco, Chipre, Nepal e Serra Leoa ganharam representações brasileiras.
Especialista vê exagero
→ Para o especialista José Augusto Guilhon de Albuquerque, do Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP), há um número exagerado de novas embaixadas.“ O Brasil está se especializando em criar laços importantes com países que não merecem essa legitimação”, criticou em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo".
→ Na opinião do professor Antônio Jorge Ramalho, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), a abertura de embaixadas pode ser positiva pelo aspecto de ocupar espaço. Porém, falta uma definição sobre a melhor maneira de representar o país no exterior.“ O próximo governo terá de eleger prioridades e estabelecer foco mais claro na política externa”, afirmou Ramalho também em entrevista ao Estadão.
(Reportagem: Renata Guimarães / Foto: Eduardo Lacerda)
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→ Para o especialista José Augusto Guilhon de Albuquerque, do Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP), há um número exagerado de novas embaixadas.“ O Brasil está se especializando em criar laços importantes com países que não merecem essa legitimação”, criticou em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo".
→ Na opinião do professor Antônio Jorge Ramalho, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), a abertura de embaixadas pode ser positiva pelo aspecto de ocupar espaço. Porém, falta uma definição sobre a melhor maneira de representar o país no exterior.“ O próximo governo terá de eleger prioridades e estabelecer foco mais claro na política externa”, afirmou Ramalho também em entrevista ao Estadão.
(Reportagem: Renata Guimarães / Foto: Eduardo Lacerda)
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