8 de set. de 2010

"Minha Casa, Meu Tormento"

Problemas em programa habitacional revelam a falta de planejamento do governo do PT, diz Marinho

O deputado Rogério Marinho (RN) afirmou nesta quarta-feira (8) que a pressa para implantar o programa Minha Casa, Minha Vida mostra mais uma vez a falta de planejamento da gestão Lula e o desrespeito do governo federal com a população de baixa renda. Segundo reportagem da revista “Época”, os imóveis do programa de habitação estão sendo produzidos com defeito, as avaliações das casas encontram-se sob suspeita e a entrada do governo no mercado de habitações populares gerou inflação no setor imobiliário.

“A pressa do governo em conseguir resultados eleitorais passa por cima do planejamento, do cuidado na elaboração de projetos, das licenças ambientais e da infraestrutura necessária para que as unidades habitacionais possam ser construídas. Isso traz uma consequência danosa”, ressaltou Marinho.

Uma das beneficiadas do Minha Casa, Minha Vida ouvidas pela revista, a cozinheira Claricina Ribeiro Assis tem sentimentos contraditórios sobre o programa. A moradora de Santo Antônio de Descoberto (GO) disse estar satisfeita por ter conseguido comprar sua casa. Mas ela fica irritada com as condições do imóvel onde mora há quatro meses. Segundo Claricina, as paredes estão descascando e a casa não tem luz e nem água no banheiro. Ela e os vizinhos também reclamam da falta de asfalto nas ruas do bairro Jardim Ana Beatriz. “Essa casa não vale os R$ 60 mil que dizem”, afirmou.

Segundo o deputado, infelizmente essa situação mostra o descaso com que o governo vem tratando os investimentos na infraestrutura no país, principalmente para a população de baixa renda. “Esse caso penaliza boa parte da população, principalmente os mais humildes”, lamentou.

Marinho criticou ainda a descontinuidade nos programas do governo. “Em função dessa situação, eles descumprem princípios básicos e situações que deveriam ter sido pensadas anteriormente, como a necessidade de saneamento, de se fazer asfaltos e até mesmo de equipamentos comunitários”, completou.

A pressa do governo em atingir metas fez os preços de terrenos em áreas pobres dispararem desde o ano passado, apesar da falta de infraestrutura. O governo inclusive tem tido dificuldade de construir casas em grandes regiões metropolitanas - como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte - por causa da escassez de terrenos.

A primeira versão do programa ainda engatinha em alguns estados. Mas mesmo assim, o governo anunciou recentemente o Minha Casa, Minha Vida 2. As contratações de imóveis para pessoas que ganham até três salários mínimos, onde está concentrada a maior parte da população sem moradia própria, não chegam a 10% da meta.

Segundo o parlamentar, isso não é surpresa para ninguém, pois o mesmo aconteceu com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O PAC 2, lembrou o tucano, foi lançado quando menos de 11% do primeiro tinha sido executado. “Este governo é criador de factóide e de pouca efetividade. O nível de investimento no setor público é um dos menores do mundo. Enquanto isso, o custo dos cargos comissionados, dos cartões corporativos e da propaganda teve grande aumento, o que tem impedido o país de fazer investimentos em áreas importantes”, resumiu. (Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Eduardo Lacerda)

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