8 de set. de 2010

Vacinação antirrábica

Tripoli cobra esclarecimentos de ministério sobre efeitos colaterais e mortes de animais vacinados contra raiva

O deputado Ricardo Tripoli (SP) quer esclarecer todos os problemas ocorridos durante a Campanha de Vacinação Antirrábica, iniciada no final de agosto. A imunização contra a raiva provocou diversos efeitos colaterais em cães e gatos (convulsões, falta de ar, prostração, dor, perda de apetite) e levou muitos a óbito. As ocorrências foram verificadas em várias cidades do país. Em ofício enviado ao Ministério da Saúde, o parlamentar pediu todos os dados envolvendo a aprovação da vacina, inclusive se foram realizados, previamente, testes para verificar possíveis efeitos adversos da formulação.

“As informações que nós temos é que a vacina não seria a mesma do ano anterior. Trata-se de uma vacina nova que ainda não havia sido testada adequadamente. A outra informação é que doses utilizadas em animais de grande porte teriam sido aplicadas em animais de pequeno porte. Isso teria causado os transtornos e a morte dos animais”, explicou Tripoli nesta quarta-feira (8).

O tucano destacou a gravidade da situação. “Trata-se da morte de animais que foram levados para receber uma vacina antirrábica. Isso é uma agressividade”, declarou. O parlamentar paulista disse que a preocupação dos veterinários e dos protetores de animais em todo o Brasil é saber que tipo de vacina está sendo fornecida aos animais, principalmente os domésticos.

Segundo ele, o Ministério da Saúde não se manifestou sobre o problema até agora. “Esses animais pagaram um preço muito alto. Até agora não existe explicação do ministério, que suspendeu a vacinação quando ela é necessária para combater a raiva no Brasil. Não podemos conviver com essa situação”, declarou.

O tucano quer que a pasta também esclareça exatamente qual laboratório (Tecpar ou Biovet) produziu as 31 milhões de doses compradas pelo governo, e qual empresa ou órgão público foi o responsável pelo esquema de distribuição para todos os estados. O deputado cobrou que a pasta defina uma nova data de vacinação e a vacina que vai substituir a atual, além da punição dos culpados que forneceram ou adquiriram o produto.

Tripoli afirmou que aguarda as explicações do ministério. De acordo com o tucano, se a resposta não chegar ainda esta semana, ele tomará as medidas necessárias, inclusive judiciais.

Riscos para humanos
→ A vacinação foi suspensa no estado de São Paulo, depois do registro de 800 casos de reações adversas em Guarulhos e na capital.

→ O Ministério da Saúde informou a ocorrência de nove mortes na região metropolitana do Rio de Janeiro (2 casos) e nos municípios de São Paulo (4 casos) e Guarulhos (3 casos).

→ A não vacinação de animais contra raiva representa um risco para a vida da população, pois podem gerar a ocorrência de casos humanos, que possuem taxa de letalidade próxima de 100%.


Ouça aqui o boletim de rádio

(Reportagem: Alessandra Galvão com assessoria do deputado/Foto: Eduardo Lacerda)

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