Nova estatal vai aumentar custos da transposição do rio São Francisco, alerta Rogério Marinho
O deputado Rogério Marinho (RN) criticou nesta quarta-feira (15) o governo federal pela proposta de criação de mais uma estatal a menos de quatro meses para o fim do mandato do presidente Lula. De acordo com estudo elaborado pelo Planalto e que será encaminhado ao Congresso até o final de setembro, o novo órgão irá gerenciar a transposição do rio São Francisco e operar a manutenção dos quase 800 quilômetros de canais em construção no semiárido nordestino. Para Marinho, a criação dessa nova empresa pública representará aumento nos custos da obra, que já é a mais cara do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Segundo o jornal “Valor Econômico", apesar de já ter projeto para criar a nova estatal, o Ministério da Integração Nacional não soube informar quanto será investido na abertura da nova gestora pública e quantos funcionários a empresa terá. “Este governo tem inchado violentamente os custos da máquina pública. Isso vai impedir que mais recursos sejam investidos na infraestrutura para resolver os sérios gargalos da economia”, enfatizou o tucano.
O valor autorizado para a obra via PAC neste ano foi de R$ 809,2 milhões para o eixo Leste e de R$ 308,8 milhões no eixo Norte. Mas apenas R$ 4,6 milhões e R$ 9,6 milhões foram investidos pelo Ministério da Integração Nacional até agora nas duas partes da transposição, respectivamente. Ou seja, a parte Leste teve execução financeira de 0,60% e a Norte de 3,13% dos recursos disponíveis no Orçamento da União. Os dados são da Assessoria Técnica do PSDB na Câmara e foram atualizados no dia 11 de setembro deste ano.
Por atraso no cronograma, a obra não será inaugurada até o fim deste ano, conforme o planejado. O eixo Leste, que beneficia Pernambuco e Paraíba com 220 quilômetros, tinha inauguração prevista para o fim de 2010, mas está atrasado. Para o eixo Norte, que irá atender quatros estados (Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Paraíba) e tem 420 quilômetros de extensão, a previsão de conclusão das obras é somente no final de 2012.
Diante dessas informações sobre a obra, Marinho ressaltou que a nova estatal será apenas mais um órgão público com portas abertas para parceiros políticos e partidários. Apelidada no governo de "operadora federal", a nova companhia terá ainda parceiras nos quatro estados beneficiados pela transposição. “Este governo ocupa muito do seu tempo com a criação de cargos para abrigar seus filiados e partidários”, reiterou o tucano.
De acordo com o jornal "O Estado de S.Paulo", nos cálculos do governo as águas da transposição poderão atender 12 milhões de pessoas em 2025. O número corresponde a apenas 30% da população da área mais atingida pelas secas no Nordeste. (Reportagem: Renata Guimarães / Foto: Eduardo Lacerda)
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15 de set. de 2010
Mais cargos em fim de mandato
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