3 de set. de 2010

Passos de tartaruga

Para Otavio Leite, incompetência administrativa provoca lentidão em obras para a Copa

O deputado Otavio Leite (RJ) condenou nesta sexta-feira (3) a lentidão do governo federal na execução das obras para a Copa de 2014. Segundo editorial do jornal “O Estado de S. Paulo”, finalmente foram iniciadas algumas obras, mas o processo ainda é muito lento. Na avaliação do tucano, esse desempenho ocorre devido à incompetência de gestão que, segundo ele, é muito comum no Palácio do Planalto.

“É impressionante a incompetência do governo no que diz respeito aos preparativos para a Copa do Mundo. Estamos a três anos da Copa das Confederações e até agora nenhum dos estádios apontados como sede teve iniciada uma obra para valer. Vemos apenas lançamentos de projetos e atrasos e mais atrasos”, ressaltou.

Segundo a ONG Contas Abertas, dos R$ 17,2 bilhões de investimentos previstos na Matriz de Responsabilidades para projetos de mobilidade urbana e estádios, apenas 6%, ou pouco mais de R$ 1 bilhão, tinham sido liberados até o fim de agosto. De realizações concretas, não havia nenhum registro no portal criado pelo governo federal para mostrar o andamento das obras para a Copa de 2014. O valor dos contratos já firmados corresponde a 12% dos investimentos totais previstos.

É preciso que o ritmo das obras acelere e que o governo federal melhore seu desempenho. Caso contrário, comprometerá todo o cronograma, pois a Matriz de Responsabilidades prevê investimentos federais de R$ 740 milhões em sete portos e de R$ 5,5 bilhões em 13 aeroportos. Para o tucano, a situação está complicada. “Estou preocupado se teremos tempo suficiente para preparar todos os estádios e a infraestrutura necessária para os jogos. Há muita irresponsabilidade”, afirmou.

No caso dos aeroportos, o problema da Infraero não é falta de recursos, mas de eficiência. Entre 2004 e 2009, a estatal deixou de investir 60% dos R$ 5,6 bilhões disponíveis para melhorar os terminais. E hoje o desempenho da empresa continua ruim. No primeiro semestre, investiu apenas 11% dos recursos autorizados para 2010.

Na opinião do parlamentar, a gestão dessa estatal também é ineficaz. “A Infraero tem recursos, mas não consegue executar os orçamentos em virtude da incompetência”, ressaltou. Ele lembrou que no Rio de Janeiro, por exemplo, só depois da CPI do Apagão Aéreo é que alguma providência foi tomada. (Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Eduardo Lacerda)

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