3 de set. de 2010

Crise continua

Pannunzio critica queda de 22% no orçamento dos Correios para investimentos em 2011

O deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP) criticou nesta sexta-feira (3) a redução no orçamento de investimentos na Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) proposta pelo governo federal para 2011. De acordo com a projeto de orçamento da União enviado ao Congresso nesta semana, os Correios terão R$ 500 milhões para investir no ano que vem - valor 22% inferior ao de 2010 (R$ 640 milhões).

Para o tucano, o Planalto erra ao reduzir os recursos da estatal, pois a crise administrativa que tomou conta da empresa torna necessária a ampliação das verbas. Se a proposta do governo Lula for efetivada, áreas consideradas fundamentais para o desempenho dos Correios terão queda nos investimentos, como obras de adequação de infraestrutura de produção e distribuição, além de manutenção e aquisição de itens de informática, teleprocessamento, veículos, máquinas e equipamentos. O alerta é da ONG Contas Abertas.

Na avaliação de Pannnunzio, o governo do PT é um péssimo gestor e, por essa razão, está desmoralizando os Correios e causando praticamente a falência da estatal. O tucano avalia que a crise na ECT vai além da questão orçamentária. Como lembrou, a ocupação de cargos estratégicos na estatal por indicações feitas por aliados ao governo Lula resultou na maior crise já enfrentada pela empresa.

Diversos problemas afetaram os Correios nos últimos meses, como atrasos na entrega das correspondências e vagas abertas por programa de demissões voluntárias que continuam sem preenchimento. A cúpula da empresa acabou sendo demitida, mas a nova diretoria também é suspeita de realizar uma triangulação com empresa privada que presta serviços para os Correios. Pannunzio afirma que o caso reflete uma situação espalhada por diversos órgãos federais.

“O PT pegou as estatais em excelente situação, como é o caso da ECT, mas está reduzindo a companhia a quase nada, além de destruir a reputação de uma empresa centenária”, criticou, ao destacar a boa imagem da estatal antes da Era Lula. “Estão jogando tudo isso fora. Sem falar que uma boa empresa de correios e telégrafos é fundamental no que se refere à infraestrutura necessária para o desenvolvimento do país”, completou.


Pannunzio acredita que a crise nos Correios pode acabar resultando na venda da empresa para a iniciativa privada. Segundo ele, diferentemente das bem-sucedidas privatizações ocorridas durante o governo Fernando Henrique, se isso realmente acontecer será por causa da gestão incompetente do Planalto. “Encontraram a empresa no auge de seu prestígio e o que estão fazendo é desmantelá-la, talvez até com o objetivo de amanhã ou depois vir a privatizar essa área, uma vez que pouco vai restar da estrutura saudável dos Correios depois da passagem do PT pelo governo”, criticou.

No governo Lula, recursos em queda

93% dos investimentos previstos para os Correios no triênio 2000, 2001 e 2002 saíram do papel. Neste período do governo FHC, a credibilidade da estatal foi reforçada. No governo Lula, o percentual caiu para 45%, caso seja contabilizado o período iniciado em 2003.

→ Em 2010 a utilização dos recursos da ECT também tem sido pífia. Segundo a ONG “Contas Abertas”, a estatal aplicou, até junho, apenas 16% dos recursos autorizados no Orçamento. Dos R$ 640 milhões previstos, somente R$ 99,5 milhões foram executados no primeiro semestre.

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(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Eduardo Lacerda)

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