15 de out. de 2010

Ineficiência custa caro

Para deputado, governo federal é responsável por desperdício bilionário em aeroportos

O deputado Otavio Leite (RJ) culpou nesta sexta-feira (15) o governo federal pela ineficiência no sistema aeroportuário no país. O tucano atribuiu à “incompetência gestora do Planalto” a responsabilidade pelo desperdício bilionário no setor: de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões por ano, de acordo com estudo da consultoria McKinsey encomendado pelo BNDES. Problemas relativos à capacidade e ao uso dos pátios nos aeroportos, além de questões tributárias e trabalhistas, são pontos citados pelo estudo como "custos evitáveis e barreiras estruturais".

“O setor aéreo talvez seja o que revela mais nitidamente a incompetência do governo federal. É impressionante como um problema já diagnosticado há muito tempo não vem sendo enfrentado. Com o passar do tempo só vemos, lamentavelmente, o agravamento da situação", alertou o parlamentar. Segundo ele, a incapacidade dos terminais para atender a demanda com rapidez, conforto e eficiência é um "gargalo seríssimo" da infraestrutura nacional.

O estudo traz considerações em relação aos investimentos que poderiam ser realizados. Entre eles, o aporte de recursos em pátios e o aperfeiçoamento no controle de tráfego aéreo, o que diminuiria o tempo de viagem. Isso permitiria rotas mais diretas, progressão de subida e descida mais eficiente e menores circuitos de espera antes do pouso, economizando combustível e gerando ganhos ambientais.

Para Otavio Leite, essas medidas não são tomadas porque não existe um planejamento adequado por parte do governo Lula. “Na infraestrutura aeroportuária não há solução que esteja definida. Obras em andamento, só algumas e lentamente. São muitos os empreendimentos que nem sequer saíram do papel e o nó aéreo está cada vez mais forte. Isso é muito prejudicial ao nosso desenvolvimento”, alertou.


A falta de coordenação entre Infraero, Anac, Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) e Ministério da Defesa também é apontada como responsável pela ineficiência do setor e pelo desperdício de recursos. Também não há, de acordo com a consultoria, sintonia entre a Infraero e as autoridades atuantes nos aeroportos, como Polícia Federal, Receita Federal e Anvisa. Segundo o deputado, trata-se de uma gestão precária, na qual “falta coordenação e sobra incompetência”.

0%
É quanto o Ministério da Defesa executou neste ano dos R$ 224 milhões autorizados no PAC para o programa "participação da União no capital da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) - adequação da infraestrutura aeroportuária nacional". A falta de investimentos é uma das razões para o quadro apontado pelo consultoria McKinsey. Mesmo com a necessidade de melhorias em virtude da Copa de 2014 e das Olimpíadas, o governo petista quase não têm nada a apresentar nessa área.

Preço das passagens poderia cair 10%
→ O estudo afirma que se os custos desnecessários fossem evitados e o nível adequado de competição no setor aéreo se mantivesse, seria possível reduzir o preço das passagens em cerca de 10%.

→ Para suportar o crescimento projetado pela consultoria McKinsey até 2030, o Brasil precisará construir "nove Guarulhos", hoje o maior aeroporto do país. Isso equivale a um aumento de 2,4 vezes a atual capacidade de passageiros ano, passando de 130 milhões para 310 milhões.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Ag. Câmara)

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