13 de out. de 2010

Investimento empacado

Para Emanuel Fernandes, populismo prejudica parceria entre Brasil e Venezuela

Por falta de garantias, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) negou dois pedidos de crédito à estatal venezuelana PDVSA para a construção da refinaria Abreu e Lima, em parceria com a Petrobras. Segundo o jornal “O Estado de S.Paulo”, um ano após acordo fechado pelos presidentes Lula e Hugo Chávez, a estatal do país vizinho ainda não colocou nenhum centavo no projeto e pode abandonar a obra em Pernambuco.

Para o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, deputado Emanuel Fernandes (SP), o governo Lula, mais uma vez, foi enganado por seus aliados. De acordo com o tucano, a postura populista de ambos os presidentes também prejudica o país. “Esse tipo de populismo inconsequente faz mal à imagem do Brasil”, alertou.

O parlamentar lembrou ainda que o governo Lula gosta muito de anunciar, mas na hora de executar seus projetos é um fiasco. “Nós estamos vendo exatamente o que acontece quando se faz demagogia. Além disso, há o fato de que nós estamos tratando com um governo de um país populista”, ressaltou o deputado.

De acordo com o “Estadão”, ainda em 2005 a então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, assinou 18 protocolos de intenções com a Venezuela na área de energia. Apenas o da refinaria no Nordeste evoluiu, mas empacou no estágio de desembolso de recursos entre os sócios.

Até agora, informa a reportagem, nada de concreto foi efetivado, a não ser a assinatura de contratos para a obra, apenas pela Petrobras, no valor de R$ 9,8 bilhões, ocorrida em dezembro do ano passado. A refinaria estava orçada há cinco anos em US$ 4,5 bilhões, sendo 60% da Petrobras e 40% da PDVSA. No entanto, a estatal da Venezuela ainda não cumpriu sua parte no projeto de investimento. (Reportagem: Artur Filho/Foto: Eduardo Lacerda)

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