13 de out. de 2010

Incompetência e má gestão

Crise sem fim nos Correios é resultado do modo petista de governar, diz deputado

O deputado Wandenkolk Gonçalves (PA) afirmou nesta quarta-feira (13) que a sucessão de denúncias nos Correios é um retrato da gestão do PT à frente do governo federal. O Palácio do Planalto já mudou a direção da estatal por duas vezes, mas a crise continua. A empresa Master Top Linhas Aéreas (MTA), pivô do escândalo que derrubou a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, caminha para fechar as portas, causando prejuízos à empresa pública e aos usuários em todo o país.

De acordo com o tucano, a situação nos Correios é grave e tem sua origem no modelo petista de governar, que possibilitou o uso dos principais cargos da estatal como cabide de emprego e a articulação, dentro da empresa, de um esquema de corrupção e de tráfico de influência. Mesmo com toda a crise nos serviços prestados pela estatal e com os escândalos sendo denunciados pela imprensa, o deputado afirma que o governo foi omisso e permitiu o agravamento do quadro, pois estava de olho apenas nas eleições.

Usuário pagará a conta
“O presidente Lula está há dois anos no palanque sem se preocupar com o país. No momento em que a figura maior do Estado deixa a nação de lado, abre espaço significativo para todo o tipo de corrupção. Quem está pagando por isso é o usuário dos Correios, uma empresa que antes deste governo era tida como uma das mais bem conceituadas pela população”, criticou o parlamentar.

A MTA perdeu na Justiça o contrato de R$ 44,9 milhões com a estatal e desde 27 de setembro não está operando grande parte das linhas de transporte de carga aérea postal, o que tem lhe rendido multas diárias. A companhia não tem dinheiro para combustível e começa a procurar fornecedores para fazer acordos.

Para manter as entregas, segundo reportagem do jornal "O Globo", a estatal é obrigada a comprar, a preços mais altos, espaço em aeronaves de concorrentes mediante pregões diários.
“O que está acontecendo não é diferente do que ocorreu com a maioria das empresas que prestaram serviços e ajudaram este governo. Tem sido assim nos Correios, na Petrobras, no Banco do Brasil e nas agências reguladoras”, apontou Wandenkolk.

Falência iminente

→ De maio a agosto, a MTA teve pelo menos R$ 1,1 milhão aplicado em multas. Nesse montante, ainda não estão contabilizadas as penalidades aplicadas em setembro e outubro.

→ O risco da MTA quebrar é iminente. O empresário argentino Alfonso Rey, dono oculto da empresa, já disse aos diretores no Brasil que, se a situação financeira piorar, pretende retirar do país os aviões que alugou.

→ O peruano Orestes Romero, que dirigia a companhia no Brasil, foi para o exterior desde o início da crise e não voltou mais. Até o presidente dos Correios, David José de Matos, já admitiu que a empresa aérea “começou a falhar e não vai aguentar”.
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Ag. Câmara)

Leia mais:

Ouça aqui o boletim de rádio

Nenhum comentário: