7 de jul. de 2009

Deputados: greve pode ser pretexto para baixa execução do PAC

O andamento das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) poderá atrasar ainda mais. Além dos recorrentes problemas técnicos e de gestão, analistas responsáveis pela execução dos projetos do programa ameaçam fazer greve. Os gestores em infraestrutura do PAC recebem R$ 5,4 mil mensais, incluindo gratificações, e agora cobram do governo um plano de carreira que dobre os vencimentos. Segundo parlamentares do PSDB, eventual paralisação pode agravar a lentidão do PAC, além de ser usada como desculpa pelo Planalto para tentar justificar a baixa execução dos recursos. Até o último dia 3, dos R$ 20,5 bilhões autorizados no Orçamento da União de 2009, apenas 5,16% foram pagos – o equivalente a R$ 1,05 bilhão (veja abaixo os dados por região)

ILUDIR A OPINIÃO PÚBLICA

O líder do PSDB na Câmara, deputado José Aníbal (SP), avalia que as dificuldades de execução da principal iniciativa da gestão petista na área de infraestrutura podem aumaentar com a greve. “O PAC já está empacado com os analistas trabalhando. Imagina se eles pararem de atuar. De qualquer maneira, minha preocupação é que a greve não seja mais um pretexto do governo para justificar a sua incompetência”, apontou. Para Aníbal, a responsabilidade pela lentidão do PAC é unicamente do governo. “De forma irresponsável, o presidente Lula e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, anunciaram obras e assumiram compromissos impossíveis de serem realizados. Eles tentaram iludir a opinião pública, mas a sociedade sabe que eventual greve vai tornar o programa ainda menos efetivo”, alertou.

Criada em 2007 pelo presidente Lula, a carreira de analista é formada por engenheiros, arquitetos e geólogos especializados em planejamento, coordenação, fiscalização e execução de projetos e obras de infraestrutura de grande porte. Os salários são considerados relativamente baixos pela Associação Nacional dos Analistas e Especialistas em Infraestrutura (Aneinfra). Após três meses de negociação entre a associação e o Ministério do Planejamento, não há consenso sobre os reajustes.

O 1º vice-líder da bancada tucana, deputado Duarte Nogueira (SP), afirmou que o PAC está a passo de tartaruga porque o governo é incompetente na gestão. “Eventual greve seria mais uma desculpa para o PAC não funcionar. Uma hora é o Tribunal de Contas da União, depois são problemas de licenciamento ambiental, outras vezes reclamam do Ministério Público. Na verdade o PAC não anda porque é mal gerenciado”, ressaltou. De acordo com o tucano, a questão da greve precisa ser resolvida. Independentemente da paralisação, o deputado lamentou a baixa execução das obras. “Infelizmente vemos com pouca expectativa a celeridade do PAC neste ano”, concluiu. (AG)

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