23 de out. de 2009

Conivência com os sem-terra

Tentativa de comandar CPI do MST é sinal de medo do governo Lula

Os deputados Leonardo Vilela (GO) e Wandenkolk Gonçalves (PA) condenaram nesta sexta-feira (23) a tentativa do governo de blindar a CPI mista do MST, ao exigir a presidência e a relatoria da comissão. Essa estratégia é semelhante a usada na CPI da Petrobras no Senado e em outras comissões de inquérito instaladas nos últimos anos. Segundo os tucanos, ao tentar mostrar sua “força”, os governistas deixam claro o medo de apurar os repasses de recursos a entidades supostamente ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).

Aliança espúria - “Isso mostra que o governo quer esconder alguma coisa, pois sabe que os recursos públicos direcionados ao MST são feitos ilegalmente e usados de forma ainda mais irregular. O governo teme a vinda disso à tona e que a sua máscara caia perante a sociedade, ao ficar claro que o Planalto financia os atos de vandalismo do MST”, destacou Vilela. Nos últimos cinco anos, entidades ligadas ao sem-terra receberam R$ 115 milhões do governo Lula.

Para Wandenkolk, o governo presta um desserviço ao Brasil quando tenta mostrar sua força no Congresso para comandar a CPI. “Existe uma aliança espúria entre o governo e o MST que se revela quando a gestão do PT busca barrar as apurações sobre esse movimento clandestino e irresponsável. A CPI é uma oportunidade ímpar de mostrar ao país as atitudes irresponsáveis desse movimento que conta com o apoio financeiro do governo”, criticou.

Vilela destacou também que o governo tenta evitar que a CPI cumpra o seu papel porque teme assumir as penalidades fruto da liberação ilegal de dinheiro público. “O governo utiliza sua força para tentar manipular a CPI para que ela não apure realmente os fatos e as responsabilidades, especialmente no uso ilegal de recursos públicos para invadir e depredar propriedades públicas e privadas”, ressaltou o deputado.

Wandenkolk disse que o resultado da aliança entre governo e MST é o pior possível. “O que se tem visto na prática são invasões de terras indiscriminadas, atentados contra o Estado Democrático de Direito, desrespeito ao direito de propriedade e o pior: a insegurança jurídica. Os produtores rurais vivem com medo de que a qualquer momento suas plantações sejam dizimadas", alertou. Segundo ele, o Planalto é conivente com essa situação e não toma providências para dar tranquilidade ao setor produtivo. (Reportagem: Alessandra Galvão)

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