Rogério Marinho aponta saídas para combater elevado desemprego entre jovens
A baixa qualidade do ensino, a falta da qualificação profissional e de políticas públicas na área social foram apontadas pelo deputado Rogério Marinho (RN) como razões para a elevada exclusão dos jovens brasileiros do mercado de trabalho. De acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a ausência de investimentos nesse segmento da população provoca um quadro preocupante: dos 16 aos 20 anos, a taxa de desemprego passou de 7%, em 1987, para mais de 20%, em 2007.
Apagão de mão de obra - Na faixa dos 21 aos 29 anos, o desemprego mais que dobrou, passando de 5% para 11% no mesmo período. Em 2007, havia 4,8 milhões de jovens sem trabalho, 60,74% do total no país. O desemprego nesta faixa etária é três vezes maior que entre adultos.
De acordo com o tucano, faltam medidas para ajudar os jovens a ingressarem no mercado de trabalho. “Precisamos avançar mais nessa área. O Brasil, apesar das conquista da universalização de ensino, continua com muita dificuldade na questão da qualidade. O país não está preparando devidamente a juventude para enfrentar o mercado de trabalho, que cada vez mais pede capacitação”, alertou. O próprio estudo do Ipea avisa: as ações do governo para esse segmento da população não são coordenadas e as políticas públicas federais "carecem de marco referencial mais coeso acerca do conceito de juventude".
O estado de São Paulo é um exemplo do contraste entre a falta de ações do governo federal e a luta das gestões tucanas para combater esse grave problema social. Lá, o poder público atua para ampliar a oportunidade para milhares de jovens. Nas escolas técnicas, cerca de 140 mil alunos em 162 técnicas aprendem uma profissão e saem direto para o mercado de trabalho. De cada dez alunos dos 85 cursos oferecidos de graça, oito já saem com emprego garantido. Até 2010, o número de ETECs será ampliado para 200.
É esse tipo de política pública que pode ajudar o Brasil a superar o que Rogério Marinho chama de "apagão da mão de obra especializada". “Faltam planejamento e políticas públicas com o objetivo de preparar a mão de obra para alcançar o desenvolvimento sustentável. Precisamos investir na qualificação da juventude, mas fazê-lo com planejamento”, afirmou.
O parlamentar do PSDB cobrou também mais oportunidade para o jovem pobre e negro. O tucano acredita que isso somente ocorrerá por meio da melhoria das escolas públicas, onde a maior parte da população está matriculada – cerca de 80%. (Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Du Lacerda)
21 de jan. de 2010
Desafio nacional
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