4 de fev. de 2010

Problemas sem fim

Tucano pede convocação de ministro para explicar fiasco do Enem

O ministro da Educação, Fernando Haddad, será convocado para explicar na Câmara a série de trapalhadas ocorridas no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), prejudicando milhares de estudantes de todo o país. O deputado Professor Ruy Pauletti (RS) apresentará o pedido na próxima semana à Comissão de Educação e Cultura da Casa.

Sequência de erros - "É preciso buscar esclarecimentos sobre os constantes erros relacionados ao Enem para o bem dos nossos estudantes", destacou o tucano. Pauletti quer esclarecer também as medidas administrativas que estão sendo tomadas pelo MEC para aprimorar o exame e evitar tantas falhas antes e depois da realização das provas.

Os estudantes começaram a enfrentar dificuldades desde o semestre passado, fruto dos erros do ministério no planejamento das provas. Primeiro o MEC determinou que vários estudantes deveriam prestar o Enem em colégios distantes às escolas em que estão matriculados. Depois, houve o vazamento da prova dois dias antes de sua realização. A saída foi preparar um novo teste às pressas, a um custo superior a R$ 30 milhões, e aplicá-lo dois meses após a data prevista. Isso desorganizou o calendário de dezenas de universidades que usam a nota do Enem nos processos seletivos.

Na sequência de confusões, foi constatado que várias questões da nova prova acabaram anuladas em virtude do viés político ou ideológico. Depois, o MEC divulgou o gabarito errado. Os alunos relatam graves falhas na correção dos exames, a ponto de um estudante que fez uma redação de apenas quatro linhas ter tirado boa nota.

O novo formato do Enem foi concebido como principal critério de distribuição de 47,9 mil vagas em 51 instituições públicas de ensino superior. Por causa das sucessivas confusões do MEC, a prova teve a maior abstenção já registrada desde sua criação em 1998: quase 40% dos inscritos.

As dificuldades continuaram mesmo depois da realização dos exames. Os candidatos sofreram para conseguir se inscrever pela internet no Sistema de Seleção Unificada, que tem o objetivo de usar as notas obtidas no Enem para garantir matrícula na rede pública de ensino superior.

As autoridades educacionais alegaram falha no sistema de informática do MEC, mas desde o segundo semestre de 2009, quando o órgão decidiu que a inscrição no Enem e a utilização das notas para substituir o exame vestibular seriam feitas pela internet, há falhas e o MEC não consegue resolver o caso.

Integrante da Comissão de Educação e Cultura, o deputado Lobbe Neto (SP) afirmou que o fiasco reflete a incapacidade de gestão do governo Lula. “Esse foi mais um fiasco do governo Lula na área da educação. Quem sofre com isso são os estudantes. Alguns deles perderão mais um ano estudando para conseguir ingressar nas universidades”, reprovou. (Reportagem: Alessandra Galvão com informações do Estadão e da Ag. Tucana)

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