4 de fev. de 2010

Hora de unir forças

CPI aprova entrada da Polícia Federal nas investigações em Luziânia


Por unanimidade, a CPI das Crianças Desaparecidas aprovou nesta quinta-feira (4) o pedido de participação da Polícia Federal nas investigações sobre o sumiço dos seis jovens em Luziânia (GO). O autor do requerimento, deputado Vanderlei Macris (SP), afirmou que a entrada da PF neste caso é fundamental, apesar da resistência da Polícia Civil de Goiás. “É muito estranho que não queiram ajuda, dada a ausência de avanços nas investigações”, afirmou a relatora da comissão, deputada Andreia Zito (RJ). Os deputados também não entenderam por que o Ministério da Justiça não os recebeu hoje para a entrega do pedido.

Protesto dos familiares - Ontem, os parlamentares participaram de audiência pública na cidade goiana, onde constataram a insatisfação das famílias dos desaparecidos com as investigações e a vontade da mães de que a PF pudesse ajudar a solucionar os casos. Nesta quinta-feira, os parentes fizeram uma manifestação em frente ao ministério para expressar esse descontentamento (foto).

“As famílias querem a atuação federal. Acredito que a experiência, o preparo e a qualificação que a PF têm pode contribuir muito. Por mais que a Polícia Civil esteja se empenhando, mesmo que tardiamente, não há avanços significativos e nem sequer informações sobre o porquê desses desaparecimentos. As investigações só começaram depois do terceiro sumiço. Ou seja, desde o inicio foi demonstrada uma certa fragilidade”, apontou Macris.

Após aprovarem o pedido na CPI, os deputados foram até o Ministério da Justiça, onde participariam de reunião com o secretário-executivo da pasta, Luiz Paulo Barreto, e os familiares dos desaparecidos. No entanto, o braço-direito do ministro Tarso Genro decidiu receber apenas os familiares, deixando a conversa com os parlamentares para uma outra ocasião. Para Macris, essa foi uma atitude insensata. “Estamos atuando em prol dos familiares e o que o secretário conversar conosco é de interesse deles. Não cabe articulação diferenciada”, condenou.

Além de não compreender a atitude do ministério, Andreia Zito também não se conforma com a insistência dos delegados que cuidam do caso em afirmarem que têm condições de tocar as investigações sem o auxilio federal. Além da falta de pistas, a parlamentar alerta que há possibilidade de os adolescentes nem estarem mais em Goiás. "A união de forças é importante, e essa resistência é, no mínimo, muito curiosa”, criticou.

Diante da recusa do ministério em recebê-los, os deputados estudam a possibilidade de convocar em vez de convidar o ministro da Justiça para participar de audiência na CPI. Na oportunidade, os parlamentares pretendem reiterar a necessidade do auxílio federal nas buscas dos desaparecidos. (Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Ag. Câmara)

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