30 de mar. de 2010

Contradições

Tesoureiro do PT não esclarece irregularidades na Bancoop

Parlamentares do PSDB consideraram contraditório o depoimento do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, acusado de desviar recursos da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo), prestado nesta terça-feira (30) às Comissões de Meio Ambiente, Fiscalização e Controle e Direitos Humanos. A audiência foi possível por causa de requerimento dos senadores Alvaro Dias (PR) e Papaléo Paes (AP).

Nada esclarecedor - O objetivo foi esclarecer as denúncias de desvio de recursos da cooperativa para abastecer o "caixa dois" de campanhas do PT. Porém, segundo o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), o depoimento não foi nada esclarecedor. O tesoureiro compareceu à audiência acompanhado do advogado da cooperativa, Pedro Dallari.

"Ele (Vaccari) precisa ser ouvido pela CPI das ONGs. Isso porque se contradisse bastante na audiência. Ele tremeu nas bases diversas vezes quando as perguntas eram mais agudas. Estou convencido de que ele estava dentro de uma grossa negociata que vitimou milhares de pessoas que confiaram na Bancoop. Uma pessoa inocente não comparece municiada de um advogado inteligentíssimo", avalia o líder tucano.

De acordo com o Ministério Público de São Paulo, em 2003, Vaccari, quando responsável pela pelas finanças da Bancoop, administrava informalmente a cobrança de propina para fundos de pensão de empresas estatais, bancos e corretoras. O esquema teria lesado cerca de 400 famílias, que até hoje aguardam para receber seus apartamentos. O desvio, segundo o MP, pode ultrapassar R$ 100 milhões, relativos ao período de 2001 a 2008.

Com base em 8.500 extratos bancários, segundo informa a revista Veja, o promotor José Carlos Blat conclui que a direção da Bancoop movimentou R$ 31 milhões em cheques para a própria cooperativa. A movimentação é utilizada para dificultar o monitoramento dos recursos. Pela denúncia, dirigentes da instituição criaram empresas de fachada que prestavam serviços superfaturados e faziam doações ocultas ao PT.

Além de não se convencer com o depoimento, o senador Alvaro Dias (PR) afirma que é imprescindível a ida de Vaccari à CPI das ONGs. Segundo ele, falta apenas definir uma data. "Na CPI, nós poderemos solicitar acareações e pedir a quebra do sigilo telefônico. A CPI proporciona essas oportunidades, que uma comissão como essa não permite", defende. (Da Ag. Tucana/Foto: Ag. Senado)

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