Senadores tucanos questionaram nesta terça-feira (6) os equívocos da política externa brasileira durante audiência pública com o ministro Celso Amorim na Comissão de Relações Exteriores do Senado. Os parlamentares criticaram o posicionamento do Itamaraty em debates internacionais que envolvem violações de direitos humanos e desenvolvimento de armas nucleares. Mesmo após as explicações do ministro, os senadores consideraram contraditórias algumas atitudes da pasta.
Apoio a ditadores - O líder do PSDB na Casa, Arthur Virgílio (AM), apontou vários erros cometidos pelo Itamaraty, lembrando apoios dados a ditadores e concessões feitas em busca de votos para tentar um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU. Ele criticou especialmente o relacionamento estreito com os líderes ditadores de países como Venezuela, Cuba, Irã e Coreia do Norte.
“Impressiona ver o quase escárnio do Brasil em relação a presos de consciência que fazem greve de fome enquanto demonstra muita paciência com o Cesare Batisti, que a Justiça italiana considera criminoso”, afirmou. Virgílio apontou outras contradições do governo brasileiro. “Condenam o isolamento de Cuba, mas isolam Honduras, onde foi dada guarida ao presidente deposto”, criticou.
O líder tucano apontou também as derrotas sofridas pelo Brasil em órgãos internacionais, a ocupação da Petrobras na Bolívia, a afronta ao Tratado de Itaipu, o sequestro de brasileiros no Equador, as barreiras comerciais impostas pela Argentina e a invasão de produtos chineses decorrente do reconhecimento da China como economia de mercado.
O presidente da CRE, Eduardo Azeredo (MG), criticou a abertura de novas embaixadas em pequenos países com os quais o Brasil não mantém relações comerciais. Ao todo, são sete novas embaixadas que serão instaladas em nações do Caribe. “É uma discrepância, pois os recursos que serão utilizados para isso poderiam ser usados para outras questões muito mais importantes, como o fortalecimento dos consulados já existentes”, afirmou.
O senador João Tenório (AL), autor do requerimento que convidou Amorim, afirmou que não dá para confiar que o Irã queira produzir energia nuclear apenas para fins pacíficos. Por isso, considera importante que o Brasil tome consciência disso e adote um posicionamento correto. O tucano questionou o ministro sobre de que forma o país deve se posicionar em relação ao tema quando houver um debate na ONU, mas Amorim afirmou que ainda não há uma decisão definida. (Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Ag. Senado)
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