5 de abr. de 2010

Credibilidade em baixa

"Abril Vermelho" é sinal de desespero do MST, afirmam deputados

O anúncio feito por líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de que realizarão um “Abril Vermelho” na segunda quinzena deste mês foi criticado nesta segunda-feira (5) pelos deputados Zenaldo Coutinho (PA) e Renato Amary (SP).

Governo fracassou - Neste período, o movimento pretende realizar uma série de invasões a propriedades particulares e montar acampamentos em áreas privadas, entre outras ações. Essas atividades agressivas do MST vinham sendo evitadas nos últimos anos em que houve disputa pela Presidência da República (2002 e 2006) para não prejudicar a imagem do governo Lula e do PT.

Para os tucanos, essa mudança de estratégia é sinônimo de desespero diante da falta de credibilidade perante a opinião pública e dos sinais do fracasso do governo federal na implementação de políticas de distribuição de terra nos últimos oito anos.

De acordo com Amary, a conivência do Planalto permitiu que o MST deixasse de lado sua proposta original de luta pela reforma agrária para dar lugar a “anarquia e ao descumprimento de leis”. “O movimento promove ações criminosas de invasões e destruição de patrimônios e o governo não toma atitude, não exige punições da Justiça ou da Polícia e o resultado é esse: o MST se dá o luxo de anunciar que promoverá crimes”, criticou. Em cinco anos, a gestão petista repassou R$ 115 milhões a entidades ligadas aos sem terra.

Para Zenaldo, o movimento perdeu a razão de sua existência. “Trata-se de um movimento ideológico que opta pela clandestinidade, pois querem permanecer realizando seus atos de vandalismo e continuar na impunidade. Isso é uma afronta ao Estado Democrático de Direito, pois a Constituição garante o direito de propriedade, que vem sendo ferido pelo MST ao longo de sua existência com agressões e depredações”, apontou.

Ainda segundo o tucano, o "Abril Vermelho" em ano eleitoral é mais uma tática do movimento, que apesar de receber milhões do Planalto não tem outras reivindicações atendidas. Em virtude de crescente perda de credibilidade perante a opinião pública, até mesmo o governo vem tentando dissociar sua imagem do MST.

“Essa situação nos frustra, porque queremos um campo pacificado. No entanto, o governo peca ao não fazer sua parte, enquanto esse movimento se distancia cada vez de seu propósito ao realizar esse tipo de ação”, lamentou. De acordo com o deputado,o governo Fernando Henrique conseguiu realizar muito mais avanços no campo do que a gestão do PT. (Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Eduardo Lacerda)

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