5 de abr. de 2010

Realidade é diferente

Dados desmentem "revolução" na educação exaltada por Lula

A deputada Professora Raquel Teixeira (GO) contestou nesta segunda-feira (5) declaração do presidente Lula, feita durante o encerramento da Conferência Nacional de Educação, de que seu governo promoveu uma "revolução" no ensino brasileiro. Para a tucana, a fala do petista não tem qualquer fundamento, pois não existiu avanço no aperfeiçoamento do ensino fundamental e nem a construção de um ensino médio de mais qualidade e mais sintonizado com as necessidades dos jovens. “A educação brasileira continua um enorme problema”, resumiu.

País perdeu a chance - Além desses problemas, as estatísticas mostram uma realidade bem diferente daquela exaltada por Lula. De acordo com o IBGE, 15,9% dos jovens de 15 a 17 anos estavam fora da escola em 2008. No mesmo ano, havia ainda no Brasil 14 milhões de analfabetos, o equivalente a 10% da população de 15 anos ou mais. As taxas de evasão escolar e de repetência também continuam altas no país.

“É lamentável que até hoje continue baixa a taxa de atendimento à educação infantil, sem contar a elevada taxa de evasão no ensino médio”, apontou Raquel. Ela lembrou ainda das trapalhadas do MEC durante todo o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2009, prejudicando milhões de estudantes.

Reportagem de "O Estado de S. Paulo" cita outros pontos que desmontam a retórica presidencial. O jornal aponta uma evolução nas universidades do ponto de vista da quantidade de alunos e de professores, mas a reforma universitária não saiu do papel. Além disso, várias faculdades públicas foram entregues sem infraestrutura. Para ela, a política de expansão de universidades deveria ter sido feita com base no critério da demanda. “Faltou uma definição de metas e de projetos para universidades”, ressaltou Raquel, uma das principais especialistas na Câmara do setor.

Já o deputado Raimundo Gomes de Matos (CE) lembrou que o PSDB implementou o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef) e teve compromisso firme com a educação durante o governo FHC, quando o país atingiu a universalização dessa modalidade de ensino.

“Isso é bem diferente do que ocorre no governo petista. Além de não ter compromisso, a atual gestão não conseguiu avançar. Por isso vemos altas taxas de evasão e baixa qualidade na educação”, ressaltou. “Acredito que o Brasil perdeu a grande oportunidade de dar um salto na qualidade de educação, e os indicadores mostram isso”, completou. (Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Eduardo Lacerda)

Um comentário:

Eliza disse...

Será que a tal "revolução" apregoada por ele inclui os milhares de alunos que estão sendo formados em cursos de graduação a distância de péssima categoria e que está sendo avaliado por comissões coniventes e viciadas?
Alguém já avaliou o sistema de ensino da Universidade Aberta do Brasil (UAB) que é mera máquina de fazer diplomados com parcos conhecimentos e, supostamente, possíveis eleitores do partido deste fulano que se pretende o nosso Deus político?

Eliza