Deputados do PSDB condenaram nesta segunda-feira (5) a prática constante da pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, de inflar dados do governo Lula. Em seu discurso de despedida da chefia da Casa Civil, Dilma aumentou o número de empregos formais supostamente criados pelo Planalto em mais de 1,6 milhão.
No palanque vai ser pior - Segundo ela, o número total seria de quase 12 milhões desde 2003. Mas dados do Ministério do Trabalho mostram que o governo pode fechar com 10,3 milhões de empregos formais, e isso só ocorrerá se confirmada a previsão de geração de mais 1,6 milhão de vagas este ano.
Na avaliação do deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP), se em uma cerimônia oficial Dilma faz isso, nos palanques a prática vai se repetir. “Não tenho a menor dúvida de que na campanha presidencial ela vai continuar inflando os números. Aumentar e falsificar dados é uma prática constante dos petistas e eles devem continuar fazendo isso para tentar vencer a eleição”, condenou.
Também para Duarte Nogueira (SP), turbinar as supostas conquistas do governo é uma característica de Dilma. “É um vício de difícil regeneração. Pau que nasce torto não desentorta. Inflar números é falta de compromisso com a verdade e de coerência com o cidadão”, criticou. “O que me surpreende é que se alguém infla dados imagina o que vai fazer com as promessas de campanha e as propostas futuras? Isso leva a um descrédito de tudo que Dilma fala e promete”, acrescentou.
Uma prática repetida - Pannunzio lembrou que essa não é a primeira vez que Dilma inventa dados. O tucano citou os episódios do currículo falso de mestrado e doutorado da petista e do suposto dossiê elaborado pela Casa Civil contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “Não me surpreende o fato de Dilma aumentar números e esconder outros dados. Ela não tem compromisso com a verdade e com os princípios éticos. Isso é para gente séria, e não dá para encaixá-la no rol de políticos sérios e éticos”, reprovou.
Na semana passada, durante a cerimônia de lançamento do PAC-2, a ainda ministra também aumentou os números ao dizer que os recursos da poupança aplicados em habitação atingiram R$ 44 bilhões em 2009. Mas segundo a Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança, o montante destinado ao setor foi de R$ 34 bilhões em 2009 - uma diferença nada insignificante de R$ 10 bilhões. (Reportagem: Alessandra Galvão com informações do jornal “O Globo”/ Fotos: Eduardo Lacerda)
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