19 de abr. de 2010

Teatro de candidata

Promessas de Dilma ficaram só no papel no governo Lula

Deputados do PSDB criticaram nesta segunda-feira (19) as promessas feitas pela pré-candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, logo após deixar o governo federal. À frente da Casa Civil, responsável por gerenciar ações de vários ministérios, a petista não conseguiu tirar do papel aquilo que vem dizendo aos quatro cantos nesta fase de pré-campanha.

Para a petista, é possível, por exemplo, acabar com a pobreza em uma década e zerar o déficit habitacional “tranquilamente”. Como se não bastasse, ela promete priorizar a reforma tributária, assunto relegado a segundo plano pelo Palácio do Planalto nos últimos anos.

“Não é difícil enumerar o que precisa ser feito no país. O difícil é fazer. O PT teve quase oito anos para isso e não conseguiu, deixando muito a desejar em termos de gestão pública”, rebateu o deputado Renato Amary (SP). É o caso da habitação popular. Como lembra Amary, o governo Lula tem grande dificuldade para cumprir as metas do programa "Minha Casa, Minha Vida".

Na avaliação da deputada Rita Camata (ES), para atacar a pobreza é necessário investimento pesado, sobretudo no setor educacional. “Deve-se investir na melhoria da qualidade do ensino, valorizando os educadores, ampliando os cursos profissionalizantes e o tempo de permanência das crianças na escola", recomendou Rita. Para ela, isso traria reflexos que abrangem desde o afastamento dos jovens das drogas até a ampliação da competitividade do país no exterior. "Mas só depois de oito anos de governo começaram a enxergar isso?”, questionou.

Em relação à reforma tributária, o deputado José Aníbal (SP) acredita que as afirmações de Dilma não passam de teatro. “É encenação, porque a reforma não evoluiu durante este governo por falta de decisão política. Estão encenando agora para acenar adiante com aquilo que não fizeram ou fizeram muito pouco”, reprovou. Segundo o deputado, a reforma tributária proposta inicialmente pelo governo Lula não passava de “uma colcha de retalho e sem a mínima viabilidade”.

Ela fala o que não fez

→ "Dá para zerar o déficit de moradias tranquilamente": Hoje esse déficit é de 6,3 milhões de unidades, de acordo com o IBGE. Até dezembro último, o governo federal só havia conseguido entregar, por meio do programa "Minha Casa, Minha Vida", 1.221 unidades de um promessa que chega a 1 milhão de residências.

→ "É possível acabar com a pobreza em uma década": O Brasil tem hoje cerca de 30 milhões de miseráveis sobrevivendo com até R$ 137 ao mês. Apesar do tamanho do desafio, Dilma tenta vender para a sociedade que acabar com a pobreza é fácil.

→ "Chegou a hora da reforma tributária": O governo atual não conseguiu avançar, pois sua proposta foi atacada por diversos setores e não obteve apoio da sociedade organizada, apesar da importância do tema. (Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Ag. Câmara e Eduardo Lacerda)

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