O deputado Luiz Carlos Hauly (PR) classificou de “ridícula” a comparação entre a trajetória política da pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, e do líder sul-africano Nelson Mandela. O paralelo foi feito pelo presidente Lula durante o programa partidário do PT que foi ao ar na noite de ontem (13) em rede nacional de rádio e TV. “A comparação é ridícula, apelativa, dissimulada e descarada”, enumerou o parlamentar.
Para o tucano, as duas biografias são para lá de diferentes. “Dilma era uma militante que queria derrubar o regime da ditadura pelas armas. O Mandela tem uma história de mais de 50 anos de vida política e militância pela liberdade dos povos africanos”, apontou.
Hauly ressaltou ainda que, para driblar a ausência de uma biografia sólida de sua pré-candidata, o PT apela. “É lamentável que o partido tenha que arrumar toda uma apelação para expor sua candidata. Como ela não tem tradição, currículo e história política, tem que ficar criando, inventando e mentindo para o povo brasileiro”, reprovou.
Já o deputado Gustavo Fruet (PR) considerou a comparação ufanista e exagerada. Segundo ele, Mandela representou toda uma geração e uma luta universal, algo incomparável com o papel de Dilma na luta contra a ditadura militar. “É um ufanismo essa comparação. Significa dar uma dimensão e, principalmente, ter uma visão romântica daquele momento da história brasileira de muita luta e com muitos personagens”, destacou.
Para Fruet, outras pessoas deveriam ter a trajetória comparada com a do líder sul-africano. “É uma desconsideração com aqueles que se dedicaram à causa da democracia no Brasil. Se fosse para comparar, outras pessoas mereceriam esse tipo de paralelo”, completou o tucano, líder da Minoria na Câmara dos Deputados.
Forçação de barra sem paralelos
No vídeo, a história de Dilma como militante da ditadura militar foi ressaltada. Nesse ponto, Lula aparece e compara a trajetória dela com a do líder sul-africano. Em sua fala, o presidente brasileiro sugere ainda que Dilma pode repetir a história de Mandela, que chegou à presidência da África do Sul após 27 anos de prisão. Apenas para se ter uma ideia, Dilma ficou detida durante três anos e seis meses durante a ditadura militar.
Líder carismático, Mandela tem, em sua vasta biografia, um Prêmio Nobel da Paz (1993) e muito respeito internacional. Após o fim de seu mandato como presidente da África do Sul, dedicou seu tempo com vistas a atuar em prol das causas de diversas organizações sociais e de direitos humanos, como na luta contra a aids.
(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Ag. Câmara)
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