8 de jun. de 2010

Busca da transparência

Deputados cobram providências do TCU e do Ministério Público em relação a contratos suspeitos

O líder do PSDB na Câmara, João Almeida (BA), o líder da Minoria na Casa, Gustavo Fruet (PR), e o deputado Duarte Nogueira (SP) solicitaram nesta terça-feira (8) auditoria especial ao Tribunal de Contas da União (TCU) em todos os contratos realizados entre a empresa de comunicação Dialog, a Gráfica e Editora Brasil e o governo federal. Os deputados querem saber se os contratos respeitaram os princípios de legalidade, transparência e moralidade pública.

A Dialog é uma companhia de eventos que nos últimos dois anos se transformou em potência do ramo em Brasília. Ela já faturou R$ 40 milhões em contratos com ministérios, agências reguladoras e a Presidência da República. De propriedade do empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, a Dialog também é suspeita de ter sido contratada para participar da elaboração de um dossiê para afetar a candidatura do pré-candidato tucano à Presidência, José Serra.

“As denúncias apresentadas pela imprensa são muito graves e requerem toda a atenção do Parlamento. É imprescindível que novas medidas sejam tomadas no sentido de resolver e esclarecer à sociedade a ocorrência ou não de malversação de recursos públicos”, destacaram os deputados no documento enviado ao TCU. “Queremos dar clareza e publicidade aos fatos, para não entrarmos numa armadilha e numa compensação de denúncias e dossiês”, ressaltou Fruet.

O PSDB entrou também com uma representação no Ministério Público Federal e no Ministério Público Eleitoral, para saber a razão da Dialog firmar contratos exclusivamente com o governo. E também com o objetivo de saber se a Dialog e Lanza Comunicação, do jornalista Luiz Lanzetta, estariam contratando profissionais para trabalhar na campanha de Dilma Rousseff. Lanzetta foi citado pela Revista "Veja" como um dos articuladores do suposto dossiê contra Serra e outros adversários tucanos.

Crescimento meteórico
A Gráfica e Editora Brasil é de propriedade do pai de Benedito de Oliveira Neto, dono da Dialog. A empresa prestou serviços ao governo em 2005 no valor de R$ 494 mil. Nos dois anos seguintes, seu faturamento saltou para R$ 50 milhões ao ano.

→ A ascensão rápida das empresas de Benedito chamou a atenção do Tribunal de Contas da União e da Controladoria Geral da União, que passaram a investigá-las por suspeitas de manipulação e fraudes nas licitações.


(Reportagem: Alessandra Galvão/Foto: Eduardo Lacerda)

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