14 de jul. de 2010

Caos aéreo

“Puxadinhos” em aeroportos comprovam falta de gestão do governo, dizem deputados

Os deputados Vanderlei Macris (SP) e Fernando Chucre (SP) criticaram a incapacidade de planejamento do governo federal na infraestrutura aeroportuária. Os tucanos afirmaram, durante audiência pública na Comissão de Viação e Transporte, que o governo foi incapaz de fazer os investimentos necessários para evitar o caos nos aeroportos do país.

A Infraero estima um crescimento de 17% no número de passageiros neste ano, mas o Planalto não tem planos para cobrir essa demanda em definitivo e prevê apenas a construção emergencial de "puxadinhos" nos terminais. A comissão debateu nesta quarta-feira (14) o andamento das obras para a Copa de 2014.

“Esses chamados módulos, já apelidados de puxadinhos, são a demonstração da falta de planejamento. Eles só estão sendo construídos em função do aumento da demanda. Desde a época do apagão aéreo já tínhamos a clara demonstração que haveria esse aumento e o governo não fez nada”, avaliou Macris.

Segundo o tucano, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) trabalha lentamente no sentido de melhorar a infraestrutura aeroportuária do país. “O governo não priorizou a infraestrutura e não alocou recursos no orçamento para investir nessa área”, ressaltou.

De acordo com o superintendente de projetos da Infraero, Jonas Lopes, a Infraero estima que no período da Copa do Mundo de 2014 haverá um crescimento de 2,7 milhões de passageiros nos 16 aeroportos próximos às cidades-sede.
Os principais gargalos para o evento, segundo Lopes, estão mesmo nos terminais de passageiros. O funcionário da estatal também admitiu que os módulos temporários serão construídos para atender a demanda imediata até a conclusão das obras para receber o mundial de futebol.

Macris ressaltou que os trabalhos para a Copa de 2014 estão atrasados. As estimativas do governo sobre o crescimento da demanda, diz o deputado, talvez já estejam defasadas. Chucre, por sua vez, também demonstrou preocupação com o atraso nas obras para a Copa e com a demanda interna em expansão.

“Tivemos a crise no sistema aeroportuário em 2008. De lá para cá o investimento feito nos três anos é insignificante. Isso ocorreu por causa da falta de planejamento, de gestão e de investimento do governo na questão aeroportuária”, reprovou.

O plano de investimento nos aeroportos com vistas à Copa de 2014 prevê gastos de R$ 5 bilhões em obras de instalações para usuários, ampliação de pátios de aeronaves e adequação de pistas de pouso e decolagem. (Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Eduardo Lacerda)

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