Deputados veem com desconfiança nova tentativa de acordo com Irã
Os deputados Emanuel Fernandes (SP) e Renato Amary (SP) criticaram nesta quinta-feira (1º) as declarações do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, de que Brasil e Turquia devem participar de uma nova etapa da rodada de negociações na tentativa de encerrar o impasse sobre o programa nuclear do Irã.
“O Brasil foi arrogante lá atrás, ao se manifestar na seguinte linha: 'Olha, vocês não conseguem fechar esse acordo. Eu fecho e está aqui pronto para vocês'. Mas não é assim, pois essa percepção de segurança tem que envolver todos. E o governo brasileiro não conseguiu convencer as potências mundiais”, lembrou Emanuel, que preside a Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
Amary disse não entender o porquê de o governo brasileiro insistir em se envolver numa questão que o país é incompetente para encontrar uma solução. “Como se não bastasse o passa-moleque que tivemos recentemente, o Brasil ainda insiste nesse assunto. Quase o mundo todo é contrário à posição do Irã, mas o Itamaraty insiste em estar de mãos dadas não só com a Turquia, mas também com o regime de Mahmoud Ahmadinejad", declarou. Para ele, o posicionamento do governo do PT é bastante inoportuno.
Ainda de acordo com o tucano, Lula deveria se preocupar mais com outras bandeiras internacionais, como a ampliação dos mercados para os produtos brasileiros, o que ampliaria os empregos locais.
A proposta do chanceler Celso Amorim é reunir Estados Unidos, Rússia, França e a Agência Internacional de Energia Atômica, além do governo iraniano, para tentar uma nova definição a respeito do posicionamento de Mahmoud Ahmadinejad de enriquecer urânio. Neste caso, mais uma vez Brasil e Irã intermediariam eventual acordo. Há uma forte desconfiança internacional de que o material enriquecido possa ser usado para fabricação de bombas atômicas.(Reportagem: Arthur Filho/Fotos: Eduardo Lacerda)
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1 de jul. de 2010
Relações exteriores
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