A carga tributária é considerada elevada por 97,1% da população quando comparada com a qualidade dos serviços prestados pelo governo. Os dados fazem parte de pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) com moradores das seis principais regiões metropolitanas do país. E ao mesmo tempo em que os cidadãos reclamam que o dinheiro público é mal aplicado, a arrecadação de tributos federais voltou a bater recorde em julho: R$ 67,9 bilhões, o maior resultado da história para o mês.
“A pesquisa está correta. A população brasileira não aguenta mais pagar tantos impostos. O governo do PT é o que mais arrecada no mundo e, ao mesmo tempo, é o que mais gasta mal”, destaca o deputado Luiz Carlos Hauly (PR).
A percepção do brasileiro é de que o dinheiro não é bem usado, o que pode ser comprovado, por exemplo, pela inoperância do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Até a última terça-feira (17), apenas 9,7% de toda a dotação autorizada para o programa em 2010 havia sido efetivamente paga.
Para o tucano, os gastos do governo são “vergonhosos”, principalmente em saúde, assistência social e educação. “Nas estradas nem se fala, pois estão todas esburacadas”, criticou o parlamentar.
De acordo com a pesquisa da Firjan, de maneira geral, sem a comparação com os serviços prestados pelo governo, 95,6% das pessoas consideram a carga tributária brasileira alta ou muito alta, enquanto 89,2% acreditam que a redução dos tributos traria melhorias para a população.
O deputado parananense acredita que só é possível reverter a percepção da sociedade em relação ao assunto quando houver uma redução e uma melhor aplicação dos tributos. “Nos últimos anos os únicos impostos reduzidos foram com o Simples e o Super Simples para os pequenos e micros empresários. E foi o PSDB que trabalhou muito para isso”, ressaltou.
Menos impostos, mais poupança
→ De acordo com a pesquisa, um aumento de 10% na renda decorrente da redução tributária significaria uma injeção anual de R$ 108 bilhões no mercado consumidor. O levantamento apurou que, com esse aumento na renda, 48% das pessoas poupariam, 35,5% gastariam o excedente com consumo e 16,5% quitariam dívidas.
→ O estudo realizado pela Firjan ouviu 2.482 moradores de Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Eduardo Lacerda)
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