Rodrigues: destinação política de emendas desmonta discurso de Lula
O deputado Bruno Rodrigues (PE) rebateu nesta quinta-feira mais uma declaração contraditória do presidente Lula em suas viagens pelo Brasil para inaugurar obras inacabadas. Na última terça-feira, no Rio, o petista chamou a atenção de governantes que deixam a política interferir no direcionamento das políticas públicas, classificando de “mesquinharia” o fato de alguns políticos só direcionarem verbas para estados ou prefeituras aliadas.
Na prática é diferente - Mas o próprio petista não sabe dar o exemplo, ao favorecer os estados governados por colegas petistas como Jaques Wagner (Bahia) e Marcelo Déda (Sergipe). “Como sempre o discurso é um, mas a ação é outra. É sabido que estados como Sergipe, Pará e outros são favorecidos. Além disso, o presidente precisa entender que o Brasil avançou administrativamente por conta de vários governantes que prepararam as bases, e não por mérito exclusivo dele”, criticou Rodrigues, ao se referir a uma outra declaração do presidente: a de que o país começa a se “destravar” agora.
Estudo da Assessoria Técnica do PSDB mostra o favorecimento aos aliados. A análise dos cortes promovidos pelo governo federal às emendas de bancada estaduais revela a preservação daquelas relativas aos estados governados pelas siglas da base do governo. Pará (74,4%), Sergipe (74,5%) e Bahia (61%) mantiveram a maior parte de seus recursos.
Mas é notável também o aperto promovido às unidades da federação comandadas por oposicionistas tucanos como Alagoas (22%), Roraima (45,4%) e até São Paulo (55,9%). Comandado por Eduardo Campos (PSB), Pernambuco, com 34,4 % das emendas aproveitadas, é uma exceção. “É de se causar surpresa o fato de o presidente ser amigo íntimo do governador, o estado ser um dos mais visitados por ele e isso não se traduzir em mais investimentos para Pernambuco. É realmente um percentual muito baixo”, opinou Rodrigues. (Reportagem: Rafael Secunho/ Foto: Eduardo Lacerda)
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