10 de ago. de 2009

Presença imprescindível

Tucanos defendem convocação de ex-secretária da Receita

Parlamentares do PSDB defenderam nesta segunda-feira a convocação de Lina Vieira, ex-secretária da Receita Federal, no Senado. Os tucanos querem esclarecimentos sobre a entrevista publicada na "Folha de São Paulo" no último domingo, na qual ela revelou ter se encontrado em dezembro com a ministra Dilma Rousseff. Na reunião, a chefe da Casa Civil teria pedido a ela para agilizar as investigações da Receita nas contas da família de José Sarney (PMDB-AP), que estava prestes a disputar a eleição para a Presidência do Senado. A ministra nega o encontro e o pedido.

Interferência indevida - O requerimento pode ser votado amanhã na CPI da Petrobras. Também há a possibilidade de o mesmo pedido ser apresentado nas comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e na de Ciência e Tecnologia, presididas por Demóstenes Torres (DEM-GO) e Flexa Ribeiro (PA), respectivamente. "Os novos fatos nos levam à conclusão de que é necessário ouvi-la”, afirmou o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).

O líder tucano na Câmara, deputado José Aníbal (SP), lembrou que a Casa Civil não tem nenhuma ligação hierárquica com a Receita Federal. “Ao longo do nosso governo, procuramos preservar e manter a Receita afastada de qualquer manipulação política, diferentemente do que o governo está fazendo”, criticou. O tucano disse que as informações devem ser esclarecidas. “Seria um bom momento de trazer a Lina e a ministra Dilma ao Congresso e passar a história a limpo. É um retrocesso total se isso tiver efetivamente acontecido. É mais uma indicação de como o PT manipula”, reprovou.

Para a 1ª vice-presidente nacional do partido, senadora Marisa Serrano (MS), o episódio “mostra a disposição do governo em eleger a ministra Dilma a qualquer custo em 2010, mantendo as alianças que construiu”. Já o senador Alvaro Dias (PR) considerou graves as declarações da ex-secretária e também disse que a presença dela no Congresso é imprescindível. "Ela fez novas denúncias e precisa ser ouvida. Há uma hipótese clara de que, ao pedir para agilizar, a ministra queria proteger o aliado, encerrar a investigação e evitar o vazamento para a imprensa", avaliou o tucano, integrante da CPI. (Alessandra Galvão com Folha Online/ Foto: Ag. Senado)

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