29 de set. de 2009

Conferência de Copenhague

Governo é lento para definir metas de redução de gases do efeito estufa
Em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente, o deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP) criticou o governo federal por ainda não ter uma definição de medidas de caráter obrigatório para apresentar na Conferência em Copenhague, a Cop-15, marcada para dezembro. O principal ponto defendido pelo parlamentar é a necessidade de estabelecer novas metas de redução dos gases causadores do efeito estufa. A audiência foi realizada para debater a posição que o governo brasileiro adotará na conferência sobre mudança do clima.

Questões ambientais ignoradas - Thame espera que os ministérios que tratam dessa questão continuem trabalhando para que na Dinamarca o Brasil não adote a mesma posição retrógrada dos últimos dois anos, quando o país se aliou à China e à Índia contra a definição dessas metas de redução. Ainda segundo o deputado do PSDB, as políticas econômicas e industriais do governo Lula não incorporam as questões ambientais.

Ele citou o caso da desoneração do IPI para incentivar a indústria automobilística a enfrentar a crise. Em sua avaliação, esse tipo de incentivo deveria vir acompanhado de condicionantes, como produzir carros mais eficientes e de uma forma ambientalmente correta. “O governo ignora as questões ambientais em suas políticas para enfrentar a crise financeira”, lamentou.
Mendes Thame alertou para o caminho adotado pelo Brasil: o de estabelecer reduções voluntárias, do tipo "diminua se puder e quando puder". Para ele, isso não é algo a ser discutido em uma reunião da Organização das Nações Unidas. “Um encontro da ONU precisa definir metas obrigatórias para todos os países. O Brasil precisa se esforçar para que seu compromisso seja condicionado para ajudar as nações em desenvolvimento”, completou.
O deputado alertou também para a necessidade de se evitar que a temperatura média da superfície da terra suba mais que 2ºC, pois acima desse teto corre-se o risco de romper o limite de resiliência, ou seja, ultrapassar o ponto a partir do qual os ecossistemas essenciais à manutenção da vida humana perdem a capacidade de autorregeneração.

O coordenador de Mudanças de Clima do Ministério da Ciência e Tecnologia, Adriano Oliveira, e a secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Suzana Khan, também participaram do debate nesta terça-feira. (Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Eduardo Lacerda)

Um comentário:

Samuel Minatto- Empresario disse...

O desenvolvimento sustentavel, passa necessariamente por todos os setore da sociedade, publica e privada.
As consequencias da continuada retorica não desagravam a urgencia de tomada de decisoes
que devemos impor em Leis com ambito Mundial, sem sensacionalismos ou intencoes partidarias.
Temos mais uma chance. Não devemo desperdica-la.
Nos destruimos, cabe a nos, reconstruir.
Samuel Minatto-empresario