29 de set. de 2009

Crise em Honduras

Transformação de embaixada em escritório de Zelaya é "espantosa", diz Sérgio Guerra

A transformação da Embaixada brasileira em Tegucigalpa em um escritório político do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, foi classificada pelo senador Sérgio Guerra (PE) de “espantosa”. O presidente do PSDB participou nesta terça-feira da reunião extraordinária da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) que ouviu o chanceler Celso Amorim.

Ambiguidade do Itamaraty - Para o tucano, se a intenção do governo Lula é proteger Zelaya, isso pode ser feito dando a ele asilo político no Brasil. “O que não pode é deixá-lo operar politicamente dentro da embaixada brasileira”, reagiu o senador.

Sérgio Guerra também fez críticas ao comportamento ambíguo do Itamaraty em relação ao cerceamento da democracia na América Latina.
“Ao mesmo tempo em que há uma preocupação, por parte do governo, com o destino da democracia hondurenha, nada se fala sobre o que vem acontecendo na Venezuela. Este país está longe de ser um exemplo de liberdade à imprensa e à democracia, mas o governo nunca protestou contra o que ocorre lá. O Brasil silencia diante de ações óbvias do presidente Hugo Chávez contra os direitos humanos”, afirmou Guerra.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), também lamentou o dúbio posicionamento do Brasil no debate acerca da democracia no continente. “Há um corte das franquias democráticas na Venezuela, onde o presidente Chávez realiza uma escalada autoritária. E o Brasil precisa igualmente repudiar isso”, disse o senador.

Para ele, o Brasil perdeu a condição de negociador. “A virulência do governo Lula contra o governo interino de Honduras é típico de quem não quer negociar nada”, lamentou. O líder tucano também disse não acreditar “nas pretensões democráticas de Manuel Zelaya”, acolhido pelo Brasil em sua embaixada em Honduras. Para o senador, é fundamental, entretanto, retirá-lo de lá sob pena de o Brasil estar violando tratados internacionais que proíbem a interferência e o patrocínio de ações políticas de um país sobre outro.

Para o presidente da CRE, senador Eduardo Azeredo (MG), o Brasil não pode aceitar o cerco à sua embaixada em Honduras, da mesma forma que não pode tolerar o uso político de suas instalações diplomáticas. (Da redação com Ag. Tucana)

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