29 de set. de 2009

Risco de impunidade

Deputados exigem mais rapidez nas investigações do acidente da Gol


O risco de impunidade dos culpados pelo acidente do voo 1907 da Gol com o jato Legacy foi debatido em audiência da Comissão de Viação e Transporte da Câmara nesta terça-feira, dia em que a tragédia completa três anos. Proposto pelos deputados Emanuel Fernandes (SP) e Vanderlei Macris (SP), o debate também abordou os resultados das investigações e as providências tomadas depois do acidente que vitimou 154 pessoas. Para os tucanos, o acidente não pode cair no esquecimento.
Impunidade inaceitável - As ações contra os pilotos americanos do jato Legacy por crime de atentado à segurança de tráfego aéreo estão paradas no Tribunal Regional Federal de São Paulo e prescrevem em junho de 2012. Macris pediu uma audiência dos integrantes da comissão no tribunal para cobrar mais agilidade nas investigações. “A morosidade da Justiça pode resultar na impunidade dos responsáveis por esse trágico acidente”, alertou.
Além disso, Macris avalia que o sistema aéreo brasileiro enfrenta vários problemas e precisa de atitudes permanentes que garantam mais segurança para o setor. "O Planalto anuncia medidas apenas nos momentos do acidente e depois deixa o assunto cair no esquecimento. Isso é o que tem acontecido com esse caso da Gol e com os outros. Espero que não ocorra outra tragédia dessa gravidade para que atitudes preventivas sejam tomadas”, completou Macris.
Engenheiro aeronáutico, Emanuel Fernandes disse que nos últimos 30 anos ocorreram três colisões de aviões na contramão. “O número mostra falhas extremamente graves por erro humano. Além de ceifar 154 vidas, como nesse caso da Gol, os acidentes trazem insegurança para quem vai voar. Nós queremos evitar que o assunto seja esquecido pelo tempo. Estamos preocupados com a possível prescrição da pena”, afirmou.
Para o deputado Gustavo Fruet (PR), trazer o tema ao Congresso gera a responsabilidade de contribuir para evitar a impunidade. Ele também criticou o governo pela insuficiência de recursos e pessoal no setor de tráfego aéreo. Além dos deputados, participaram da audiência o chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, Jorge Kersul Filho; o advogado da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907, Dante d'Aquino; Rosane Gutjahr, parente de vítima; e Roberto Peterka, perito do caso. (Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Eduardo Lacerda)

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