21 de set. de 2009

Governo sem proposta

Thame cobra definição de metas de redução de gases do efeito estufa


Para o deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP), o governo Lula deveria levar propostas concretas para a cúpula sobre mudanças climáticas, a COP 15, que ocorrerá em dezembro na Dinamarca. Um dos principais pontos defendidos pelo tucano é a definição de metas para redução de emissão de gases do efeito estufa. “É lamentável o governo até hoje não ter adotado essas metas”, disse o tucano nesta segunda-feira. Até mesmo o Ministério do Meio Ambiente admite que o Brasil pode chegar ao encontro de mãos abanando, até porque nem aprovou no Congresso seu projeto de Política Nacional de Mudanças Climáticas.

Liderança ficou no passado - Para Mendes Thame, adotar somente metas voluntárias não fará qualquer sentido em uma convenção da Organização das Nações Unidas como a de Copenhague. "Uma meta voluntária é a mesma coisa que dizer: 'Faremos isso quando pudermos e se pudermos". Isso não tem o menor sentido”, criticou.

Segundo o tucano, o governo brasileiro deveria reassumir na Europa a posição de liderança como ocupou na Rio-92 e em 97, resultando no Protocolo de Kyoto. Para ele, o país conseguiu na época transitar bem entre as nações desenvolvidas e em desenvolvimento. “Esperávamos que o mesmo pudesse ocorrer agora. Mas vemos exatamente o contrário: uma situação em que o país se retrai, se alinha à China e à Índia e defende posições retrógradas, sem medidas eficientes capazes de resolver a questão”, reprovou.

O parlamentar lamentou ainda o fato de não ter sido aprovado na Câmara e no Senado o projeto que institui a política sobre mudança do clima. De acordo com Thame, a proposta não será aprovada antes do encontro na Dinamarca. “O Brasil não tem nada a oferecer nessa reunião. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, vai tentar fazer alguma coisa de última hora antes da reunião para tentar esconder a sua incompetência”, ressaltou. Apesar disso, o parlamentar acredita ser possível ainda evitar uma catástrofe ambiental. Mas, para isso, defendeu a necessidade de tomar as medidas necessárias para substituir energia suja pela limpa. (Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Ag. Câmara)

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