3 de set. de 2009

Intransigência

Duarte critica insistência de Lula de manter urgência no pré-sal


O 1º vice-líder do PSDB na Câmara,deputado Duarte Nogueira (SP), criticou nesta quinta-feira a decisão do presidente da República de manter o regime de urgência nos quatro projetos que definem as regras de exploração do pré-sal. Após reunião com o seu conselho político nesta manhã, o petista não somente insistiu na tese de que o tempo de 90 dias para Câmara e Senado é suficiente para analisar as propostas como também mandou dizer que o pré-sal já vem sendo discutido há muito tempo. Em protesto contra a postura do presidente, a oposição obstruiu as votações em plenário e nas comissões nesta semana.

Palanque - “Se o assunto está sendo debatido há muito tempo, só se for dentro do governo, de forma fechada e sem o conhecimento da sociedade”, contestou Duarte. Intransigente, Lula ignorou os apelos de líderes de partidos da base aliada como PR, PP e PTB. Assim como PSDB, DEM e PPS, essas legendas consideram muito curto o prazo para analisar propostas de tamanho impacto para o país.

Na avaliação do tucano, o governo quer transformar o pré-sal em mais um palanque. "Como o PAC não funciona e iniciativas como o 'Primeiro Emprego' ficaram só na propaganda, agora o pré-sal é mais um para marcar o calendário eleitoral. Não abrir mão da urgência é tornar isso mais um assunto polêmico pra desviar o foco de outras ações que o governo é incapaz de fazer”, condenou.

Após ferir o acordo firmado no último domingo em encontro com governadores, no qual negou que haveria urgência nas propostas, o presidente Lula agora diz que o assunto é de extrema relevância e que precisa de rapidez para ser regulamentado. Diante da quebra da palavra, a oposição impôs um ritmo lento na Câmara, que nesta semana votou apenas o texto-base da MP 465.

Duarte reiterou que a discussão precisa ser aprofundada no Parlamento e levada ao conhecimento da sociedade. “Queremos ter a oportunidade de comparar, por exemplo, o sistema de partilha com o de concessão. Não temos dificuldades em discutir as alterações feitas na Lei Geral do Petroleo feita pelo governo Fernando Henrique em 1997. E precisamos deixar claro que de 12 anos pra cá mais, a lei que fizemos fez com que a produção da Petrobras fosse duplicada”, acrescentou Duarte. O líder José Aníbal (SP) inclusive pediu a realização de uma comissão geral no próximo dia 22 com o objetivo de debater melhor a exploração da camada petrolífera. (Reportagem: Rafael Secunho/ Foto: Eduardo Lacerda)

Nenhum comentário: