Leréia alerta para trabalho escravo em obra do PAC em Goiás
O deputado Carlos Alberto Leréia (GO) alertou para a descoberta feita em Goiás de que 98 trabalhadores eram submetidos a trabalho escravo na construção da usina hidrelétrica de Salto do Rio Verdinho, obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo o tucano, esse quadro demonstra mais uma vez a ineficiência e o despreparo do governo federal na condução do programa.
Condições insalubres - Segundo dados da "Folha de São Paulo", a contratação era feita por uma empresa que ofertava comida aos trabalhadores que, a partir daí, acumulavam dívidas impagáveis. Assim continuavam trabalhando, uma vez que não podiam sair sem quitá-las. Conforme apontou o jornal, todas as características indicativas de trabalho escravo existiam. Entre elas, a retenção de salários, violência física e moral, fraude, aliciamento, sistema de acumulação de dívidas, longas e deploráveis jornadas de trabalho, falta de equipamentos de proteção e atendimento médico, além de fornecimento de água e alimentação inadequadas para consumo humano.
Como se não bastasse o trabalho escravo, o tucano também afirmou que eram praticados crimes ambientais no local. “Os operários faziam o corte ilegal de árvores, alcançando uma área de 4,7 mil hectares do futuro reservatório da usina”, disse. Para ele, o governo federal precisa aumentar a fiscalização nas obras, pois a execução e implementação de infraestruturas tem apresentado um resultado pífio para o desenvolvimento do país.
“Espero que o governo federal adote posição enérgica e puna os culpados. A condenação a meras indenizações para infratores ricos e poderosos não basta para combater essa triste e dolorosa situação. Diante dessa ação infame para o país, a chamada mãe do PAC, ministra Dilma Rousseff, não se pronunciou e nem deu a devida atenção para a gravidade”, criticou. (Reportagem: Letícia Bogéa e Djan Moreno/ Foto: Eduardo Lacerda)
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