11 de set. de 2009

Desafios pela frente

"Estamos ficando para trás", diz Sérgio Guerra sobre o PIB

Anunciado nesta sexta-feira, o crescimento de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) é um dado positivo diante do cenário de crise, mas o Brasil tem pouco a comemorar. A avaliação é do presidente nacional do PSDB,
Sérgio Guerra (PE). Embora o número tenha sido festejado pelo Planalto, o tucano alerta que há vários equívocos que precisam e devem ser corrigidos. Além disso, o senador afirmou que o Planalto tem feito comparações com países ricos, em vez de confrontar a situação local com países emergentes. "China e Índia estavam crescendo a 11%, 12% ao ano e apenas desaceleraram. Hoje estão na média de 6%, 7% ao ano. Estamos ficando para trás", apontou.

Endividamento - De acordo com Guerra, os brasileiros poderiam ter sofrido menos se o presidente Lula não tivesse menosprezado a gravidade da crise, diferentemente do que fizeram os demais países e governos. Além disso, o presidente do PSDB cobrou do governo o corte de gastos desnecessários, "sob pena de um descontrole fiscal que certamente comprometerá a retomada da economia e novos cortes nas taxas de juros”.

Em entrevista à Agência Estado, o líder tucano na Câmara, José Aníbal (SP), afirmou que medidas como isenção do IPI de automóveis e de eletrodomésticos da linha branca incentivaram o consumo e estimularam o crescimento. No entanto, Aníbal alertou que a expansão do PIB está sustentado pelo poder de endividamento das famílias, que usaram da oferta de crédito para consumir. A partir de agora, na avaliação do deputado, o governo precisa se preocupar com novas medidas para estimular o crescimento de outra maneira.

A sensação de que a crise não está superada também foi expressa pela Confederação Nacional da Indústria. A CNI alerta que, na comparação com o mesmo período de 2008, houve uma retração de 1,2%, o que explicita os danos ainda existentes provocados pela turbulência internacional. A Confederação ressalta ainda que ante o 2º trimestre de 2008, o setor industrial teve queda de 7,9% mesmo com os incentivos tributários que aqueceram o setor. Com isso, a CNI aposta em dados positivos apenas em 2010. Além disso, analistas ouvidos pelo Boletim Focus do Banco Central estimam retração de 0,16% do PIB para 2009.

Já o deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP) destacou a importância do legado econômico do governo FHC para o país enfrentar a crise, como o controle da inflação e maior responsabilidade fiscal."E se o PSDB tivesse continuado no poder certamente atuaria melhor do que o atual governo e teria aproveitado com mais competência a fase de bonança da economia mundial”, afirmou. (Reportagem: Rafael Secunho com Agência Tucana e Gustavo Bernardes/ Fotos: Ag. Senado e Câmara)

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