Ao tomar parte no conflito hondurenho a favor do presidente deposto, Manuel Zelaya, a chancelaria brasileira rompeu com uma reputação conquistada ao longo de séculos e que orgulha os brasileiros: a de árbitro, neutro e pacificador, em situações de conflito diplomático. A avaliação é de senadores do PSDB, que também repudiaram, nesta segunda-feira, o prolongamento da estadia de Zelaya e seu grupo de seguidores na Embaixada brasileira em Tegucigalpa.

O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Eduardo Azeredo (MG), voltou a lamentar que a Embaixada brasileira esteja sendo usada como escritório político do presidente deposto, e não como local para pedir asilo político. “O Itamaraty não tem mais condições de arbitrar no sentido de uma busca equilibrada de soluções para o conflito”, alertou Azeredo. “Perdemos a isenção, tomamos parte na briga”, completou. De dentro do prédio brasileiro, Zelaya chegou a exortar a população a promover atos de desobediência civil contra a gestão de Roberto Micheletti.
Para o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), "o Brasil está perdendo densidade para ser negociador" e desde o início tomou posição pró-Zelaya. Ele considera falacioso o argumento de que o governo brasileiro está contra a ditadura, porque o presidente Lula mantém cordiais relações com ditadores africanos e asiáticos. Chávez e Lula estiveram juntos em Isla Margarita, na Venezuela. Na oportunidade, ele declarou seu voto na candidata a candidata oficial na eleições de 2010, Dilma Rousseff.
Neste domingo, Micheletti endureceu o tom ao dar um ultimato ao Brasil para que defina o status de Zelaya, além de editar um decreto que permite ao governo proibir protestos públicos e suspender liberdade de expressão e de imprensa. (Da redação com Agência Tucana/ Fotos: Ag. Senado)
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