22 de out. de 2009

Sem-terra em xeque

CPI deve começar investigando os repasses milionários ao MST

A CPI que investigará o financiamento do MST pelo governo Lula deve começar a apuração a partir de auditorias realizadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e da CGU (Controladoria Geral da União) sobre os repasses feitos às entidades vinculadas ao movimento. A sugestão é da senadora Marisa Serrano (MS). Segundo ela, há documentos resultantes de auditorias já feitas e que são suficientes para dar início às apurações.

Relações com o governo - A parlamentar afirmou que a instalação da CPI é resultado da pressão da sociedade, que não aceita deixar o MST impune. "Sabemos da nossa responsabilidade e das dificuldades que iremos enfrentar para aprofundar as investigações. O governo não vai querer analisar nada", apontou. A oposição questiona o governo sobre os R$ 115 milhões repassados para nove organizações ligadas ao MST nos últimos cinco anos.

Para o 1º vice-líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), também considera a CPI o resultado de uma demanda da sociedade. "O MST é uma entidade clandestina que destrói patrimônios públicos e privados. Agora precisamos trazer à luz a relação entre o movimento e o governo Lula", disse o deputado. "Pelas pressões que o Congresso sofreu para remover as assinaturas do requerimento é possível ter uma idéia de como o Planalto teme as investigações da CPI", avaliou.

Para o deputado Alfredo Kaefer (PR), "quem deve teme". Segundo ele, o país espera conhecer os detalhes do financiamento "imoral" do governo Lula aos sem-terra. "A oposição terá que ir além das amarras do governo e levantar o máximo possível de dados que comprovem o envolvimento do Planalto na sustentação e apoio ao MST", afirmou.

A CPI do MST deve começar a funcionar em 15 dias. O requerimento de abertura recebeu 188 assinaturas de deputados e 35 de senadores, sendo 11 senadores e 53 deputados do PSDB. Reunião das duas lideranças tucanas na próxima semana decidirá quais serão os parlamentares do partido que integrarão a comisão. O preenchimento de vagas é proporcional ao tamanho das bancadas dos partidos. (Da Redação com Agência Tucana)

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