Parlamentares do PSDB temem que o governo brasileiro não estabeleça uma meta para a redução de gases de efeito estufa para apresentar na Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (Cop-15), que ocorrerá em dezembro na Dinamarca. Com forte atuação na área ambiental, os deputados Antonio Carlos Mendes Thame (SP) e Ricardo Tripoli (SP) afirmaram que a indefinição do Planalto pode comprometer o desempenho do país em propor políticas de mudanças climáticas. A um mês da realização do evento em Copenhague, o presidente Lula afirmou que não vai apresentar uma meta própria “porque não quer dizer ao mundo o que fazer”.

“O governo brasileiro está indo para Copenhague sem uma definição. Os ministérios não se entendem e acabam jogando na lixeira da história a liderança que o Brasil desempenhou em 1992 e em 1997 e que poderia voltar a desempenhar agora, unindo os países a assumir uma meta de diminuição de emissão de carbono”, criticou Mendes Thame, ao alertar que o planeta caminha para "o limiar de uma tragédia".

A Rio 92, que reuniu 108 chefes de Estado, resultou na articulação da comunidade internacional para a questão do aquecimento global. Já o Protocolo de Kyoto, assinado em 1997 no Japão, estabeleceu a redução da emissão de gases estufa por diversos países.
Na última terça-feira (3), em reunião com ministros e com integrantes da comissão que irá a Copenhague, Lula adiou para 14 de novembro a decisão sobre eventual meta. No dia seguinte, o presidente admitiu que o governo não baterá o martelo em torno de um índice, como o defendido pelo Ministério do Meio Ambiente, que pede a redução de 40% nas emissões de dióxido de carbono até 2020.
Na avaliação do deputado Nilson Pinto (PA), o governo não está preparado para definir uma política consistente. “O Planalto não consegue definir uma posição clara, transparente e altiva. O maior problema está no desencontro de opiniões. O governo não tem unidade e por isso não consegue demonstrá-la externamente”, reprovou. (Reportagem: Alessandra Galvão/ Fotos: Ag. Câmara
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