10 de dez. de 2009

Sem fundamento

Edson rechaça uso de seu nome em denúncia envolvendo empreiteira

O deputado Edson Aparecido (SP) rechaçou denúncias de supostas irregularidades envolvendo o seu nome na construção de uma ponte entre Paulicéia (SP) e Brasilândia (MS). Duas reportagens divulgadas na “Folha de S. Paulo” nesta semana com base em investigação da Polícia Federal na Operação Castelo de Areia apontam o tucano como um dos políticos que teriam sido beneficiados com recursos da Camargo Corrêa. Entre várias outras obras, a empreiteira construiu essa ponte.

Reportagem precipitada e imprudente - “Deixei bem claro ao jornalista que existe sim um total envolvimento político meu com a construção e a finalização da ponte sobre o rio Paraná, uma antiga reivindicação da comunidade. Mas é preciso deixar muito evidente a diferença entre envolvimento político e benefício financeiro”, afirmou Aparecido.

O inquérito em andamento no Ministério Público mostra que os supostos pagamentos feitos pela construtora a políticos foram realizados entre 95 e 98, período em que Aparecido nem exercia mandato parlamentar. Ele foi empossado deputado estadual por São Paulo em 99, após vencer o pleito do ano anterior. Além disso, auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) mostra que a execução da infraestrutura da ponte Paulicéia começou em 2000, ou seja, dois anos após a Camargo Correa ter supostamente repassado os recursos.

“Infelizmente as matérias sugerem, de forma precipitada e imprudente, um possível beneficiamento financeiro entre a minha parte e a construtora investigada pela Polícia Federal. Além disso, envolvem uma das obras mais importantes para o estado de São Paulo e para o desenvolvimento do país", afirmou o tucano, ao lembrar que tem dez anos de mandato e seu objetivo sempre foi o de atender anseios da sociedade, como essa ponte.

O fato de ter recebido uma doação oficial da construtora para sua campanha a deputado federal em 2006, registrada inclusive no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), podem ter motivado as denúncias, acredita Aparecido. Em discurso no plenário ontem (leia a íntegra aqui), o deputado recebeu a solidariedade dos líderes do PSDB, José Aníbal (SP), e do PT, Cândido Vaccarezza (SP).

Aníbal lamentou a forma como foi abordada a questão. “O deputado recebeu uma contribuição de campanha lícita e a registrou. Só porque a empresa supostamente está envolvida em algumas investigações da Polícia Federal, isso passou a ser objeto para incriminá-lo. É algo absolutamente improcedente”, contestou.

As investigações da PF apontaram indícios de pagamento a diversas autoridades, entre elas o diretor da Eletronorte, Adhemar Palocci, irmão do ex-ministro Antonio Palocci, em obra na hidrelétrica do Tucuruí, e ao deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), entre outros. Parlamentares e secretários de estado teriam seriam beneficiários em 14 obras realizadas pela Camargo Corrêa por todo o país. (Reportagem: Rafael Secunho/Foto: Du Lacerda)

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